São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995 |
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'Motorista DJ' cria boate em ruas de Campos
RAIMUNDO DE OLIVEIRA
Eles equipam seus carros com aparelhagem de som de até 600 watts de potência, estacionam nas ruas do Capivari -bairro mais movimentado da cidade- e fazem com que as calçadas virem pistas de dança para os turistas. A programação dos DJs motorizados vai da dance music ao pagode e música sertaneja, sempre com volume suficiente para que o som chegue pelo menos a dez metros de distância. Uma das músicas prediletas dos adeptos das ``boates sobre rodas" é a ``Over My Sholder" , do Mike Mecanics. O estudante Vinícius de Oliveira, 19, disse que nos finais de semana há disputa entre as ``boates sobre rodas" nas ruas do Capivari. Segundo ele, a concorrência ocorre quando há mais de um carro com som ligado na mesma rua e a ``vitória" é conquistada pela aparelhagem mais potente. Segundo o empresário Ismael Alcântara Gomes da Luz, 21, que mora em Campos, as ``boates sobre rodas" são uma alternativa mais econômica para quem não quer ficar fora da ferveção noturna da cidade. Luz é dono de uma Parati equipada com CD com controle remoto e potência de 600 watts e usa o carro para ``competir" com as boates que funcionam na cidade durante a temporada de inverno. Para manter a aparelhagem de som funcionando sem deixar a bateria descarregar, Luz conta que é preciso deixar o motor do carro ligado a noite inteira. ``É uma alternativa para as pessoas poderem dançar sem precisar ir às boates", disse o programador de som Nílson Scofano, 18. Para ele, o preço das boates em Campos durante o inverno é ``impraticável". O ingresso nas boates varia entre R$ 25 a R$ 45. Desde o final de junho, foram inauguradas sete boates em Campos do Jordão -quatro delas são filiais de boates paulistanas que funcionam apenas durante a temporada de inverno (de junho a agosto). Entre as boates novas, apenas a Limelight e a Refinaria se instalaram no centro de Capivari. Para o empresário Paulo Celso de Morais, 42, sócio da Limeligth de Campos, as ``boates sobre rodas" não atrapalham a frequência. ``Nosso público é fiel, já está acostumado a frequentar a boate em São Paulo", diz. Segundo ele, 90% dos frequentadores da boate em Campos são jovens de São Paulo que passam férias na cidade. O estudante Paulo Salles, 20, de Alfenas (MG), afirma que as ``boates sobre rodas" são uma alternativa criativa em Campos. ``O que vale para o turista é a agitação. Não importa se o som vem de um carro ou rola em uma boate. Ele quer se divertir." A gerente do hotel Europa (centro de Capivari), Angela Ricci Bartoloni, afirma que o barulho no bairro é a principal reclamação dos hóspedes. ``As boates e o barulho de carros e das pessoas na rua incomodam o sono de quem vem para a cidade em busca de sossego", afirma Angela. Texto Anterior: Casal planeja noite e leva vinho Próximo Texto: Bares ampliam funcionamento Índice |
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