São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Péssima remuneração afasta professores

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

A profissão de professor é uma das mais mal remuneradas. Nas redes estadual e municipal de São Paulo, ele ganha de R$ 200 a R$ 242,45 por mês -para trabalhar 20 horas semanais.
Se acumular dois empregos e trabalhar oito horas por dia, chegará perto dos rendimentos de uma faxineira, que recebe em média R$ 25 por dia, ou R$ 500 mensais.
Na rede particular, a situação não é tão desesperadora. O professor que trabalha de oito a dez horas por dia recebe um salário médio de R$ 1.500 (veja quadro).
``As péssimas condições de trabalho afastam cada vez mais o professor da sala de aula", diz Francisco Fernandes, 38, vice-presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).
``A carreira é cada vez menos procurada", diz Roberto Felício, 43, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Segundo ele, a falta de profissionais faz com que as escolas aceitem professores sem licenciatura concluída. Em São Paulo, 10% dos professores da rede estadual não completaram o curso.
Segundo Cláudio Fonseca, 44, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais de Educação no Ensino Municipal), dos 7.000 chamados no último concurso (1994), 3.000 desistiram ao saber da remuneração -R$ 2,42 por aula.
``Nas escolas particulares, a situação é um pouco melhor, mas também lutamos por salários mais dignos", afirma Antônio Hélio Fernandes, 45, secretário-geral do sindicato dos professores das escolas particulares de São Paulo.
Os maiores pisos são pagos pelas escolas consideradas de elite -como o Colégio Santa Cruz e o Nossa Senhora das Graças, de São Paulo. A hora-aula é R$ 16, em média. Na maioria das particulares, ela não passa de R$ 5.

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