São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Brasil tem que impor seu estilo na Copa América

TELÊ SANTANA

O Brasil iniciou com vitória, sexta-feira, a sua participação em mais uma Copa América.
Acredito muito na nossa seleção, que pode ganhar um título inédito fora do país.
O time é bom, tem um poder ofensivo muito forte, com destaque para o Juninho.
A participação dele nos amistosos que antecederam a Copa América chegou a me surpreender. Ele se adaptou muito rapidamente ao estilo de jogo da seleção.
Trata-se de um jogador de muita personalidade, que precisa apenas manter os pés no chão e não deixar o sucesso subir à cabeça.
O Zagallo também tem contribuído para o bom rendimento da seleção porque está sabendo aproveitar melhor a qualidade de nossos atletas em relação ao Parreira.
Hoje, temos melhores jogadores até que a Argentina, nosso maior adversário, e somos favoritos ao título.
Um time que deve dar trabalho é o Uruguai.
Eles jogam em casa e a tabela ainda os favorece, porque não devem enfrentar nem Brasil nem Argentina nas semifinais.
O Brasil vai precisar superar a catimba desses tradicionais rivais. O time também precisa se impor em campo, jogando de maneira ofensiva.
Caso contrário, os adversários perdem o respeito pela seleção.
O início da Copa América dividiu o interesse do torcedor que estava acompanhando o Campeonato Paulista.
Agora, ele passa a torcer para o Brasil e também por seu clube.
O campeonato está numa fase equilibrada, de definições. Quem perder, fica praticamente fora da disputa pelo título estadual.
O desempenho do São Paulo até agora não agradou.
Tivemos vários tipos de problemas: contusões, suspensões, a saída de Júnior Baiano para a Alemanha...
Tudo isso dificultou a armação da equipe. Tive que fazer várias improvisações e o time não rendeu o esperado.
Uma das boas coisas do Campeonato Paulista deste ano tem sido o intercâmbio das arbitragens.
É importante a presença de juízes de outros Estados e até do exterior.
Eles não sofrem as pressões diárias da família, dos amigos e de todas as pessoas que têm suas preferências clubísticas em São Paulo.
Insisto em dizer que os juízes paulistas também conhecem as regras.
Só que nem sempre aplicam essas regras como deveriam.

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