São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 1995
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Juscelino Kubitschek, 16, perdeu a perna no serviço

Acidente foi provocado por trator que fertilizava o campo

CRIS GUTKOSKI
DA AGÊNCIA FOLHA

Dois casos graves de acidente de trabalho ocorridos em 1994 na destilaria Caiman S/A não foram indenizados pela empresa. A lei não determina o pagamento de indenização.
O diretor-presidente Antônio Celso Izar disse inicialmente que desconhecia os acidentes. Afirmou em seguida que não estão previstas indenizações. ``Existe indenização? Não existe. O que existe para esses casos é a Previdência."
Juscelino Kubitschek Cantanhede Malhão, 16, perdeu a perna direita nas lâminas de um trator que fertilizava o campo em 21 de novembro passado -sua carteira de trabalho foi emitida três dias depois, com a idade alterada para 18 anos.
Ele está aposentado por invalidez e recebe R$ 100 por mês do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
A auxiliar de laboratório Eva Barros Souza, 23, teve as pernas queimadas com álcool em 19 de julho de 1994 e passou 70 dias no hospital para implantes de pele.
Depois fez um mês de fisioterapia em Imperatriz (MA) e voltou a trabalhar na Caiman.
Eva conta que suas pernas ainda incham, doem e não têm movimentos completos. ``O médico da firma disse que isso é só uma mancha."
Segundo ela, a empresa transformou-a em faxineira para forçá-la a pedir demissão.

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