São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 1995 |
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Som prejudica a noite brasileira do Montreux
CARLOS CALADO
A maior vítima da noite foi João Bosco, que cantou dois números sem que sua voz fosse ouvida. O cantor e a platéia pediram que o som do microfone fosse corrigido, mas os fones dos técnicos indicavam que tudo estava OK. João acabou saindo do palco e o público explodiu. Enquanto isso, no fundo da platéia, por pouco o produtor Mazzola não se atracou com o operador da mesa de som. O problema foi resolvido cinco minutos depois. Mas João desistiu de apresentar a parte solo de seu show. Já voltou ao palco acompanhado por Victor Biglione (violão) e Jamil Joanes (violão-baixo). Claro que a experiência do cantor ajudou a enterrar rapidamente o anticlímax do incidente. Reabrindo o show com a canção "Expresso 2222" (de Gilberto Gil), seguida por vários de seus sucessos, comandou uma deliciosa exibição de suíngue e improvisação. Por causa dos novos ajustes técnicos e do consequente atraso de para o início de sua apresentação, Gal Costa foi obrigada a enfrentar um público bem mais indócil. Mesmo assim, a cantora não encontrou dificuldade. Combinou muito bem arranjos acústicos com outros mais eletrificados e dançantes -estes os favoritos em qualquer noite brasileira em Montreux. A tônica do show de Gal foi o repertório de seu novo disco, só com canções de Chico Buarque ("Samba do Grande Amor", "Vitrines") e Caetano Veloso ("Língua", "Cajuína", "O Ciúme"). O momento mais aplaudido pela platéia se deu ao final do show. Com a participação da Timbalada, Gal improvisou uma furiosa versão de "Revolta Olodum", que transformou a platéia do Stravinski Hall em bloco afro-baiano. A Timbalada foi a surpresa da noite. Dois anos depois de estourar em Salvador, a banda prova que tem vida própria. Em sua primeira turnê pela Europa, está impressionando o público com suas coreografias e ritmos frenéticos. Adotada pela produção do festival, a Timbalada ajudou a fechar o show de Chico Science, na sala alternativa do evento. O resto da MPB que se cuide, porque a Bahia tomou conta de Montreux. O jornalista CARLOS CALADO viaja a Montreux a convite da Warner e da Polygram. Texto Anterior: Adolescentes se rebelam em abrigo de Recife Próximo Texto: WALTER CENEVIVA Índice |
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