São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Walter Avancini vai dirigir pronunciamentos de FHC

Presidente dispensa consultoria de empresas privadas

SILVANA DE FREITAS E AZIZ FILHO
DAS SUCURSAIS DE BRASÍLIA E RIO

O presidente Fernando Henrique Cardoso vai dispensar a consultoria de empresas privadas e recorrer apenas à TVE (TV Educativa) para gravar seus pronunciamentos e programas na TV.
Walter Avancini, 59, diretor-executivo da Fundação Roquete Pinto (mantenedora da TVE), já aceitou o convite do governo para dirigir os próximos pronunciamentos em cadeia de rádio e TV do presidente.
O último pronunciamento de FHC, no dia 29 de junho (sobre o aniversário do Plano Real), já foi realizado sem a participação de produtoras independentes.
Naquele programa, FHC contou apenas com a ajuda de Avancini. A assessoria do presidente disse que ele gostou das inovações do diretor e que deseja prestigiar a TV estatal.
A principal inovação de Avancini foi estética. O cenário da gravação foi a capela do Palácio da Alvorada, a residência oficial, em substituição à tradicional imagem do gabinete presidencial no Palácio do Planalto.
Outra inovação foi que, antes da fala de FHC, o programa mostrou depoimentos da população sobre o real e apresentou imagens de antigas moedas brasileiras. Antes de gravar o pronunciamento, Avancini já tinha dirigido um documentário sobre o primeiro aniversário do Real.
O convite para que Avancini dirigisse os pronunciamentos foi feito pelo secretário de Comunicação Social, Sérgio Amaral.

Economia
Avancini disse ontem que Amaral quer economizar o que era gasto com produtoras comerciais, que antes faziam os pronunciamentos. Segundo ele, o preço de produção de um vídeo de seis a sete minutos é de cerca de R$ 60 mil, no mercado.
``Foi a solução mais econômica. Não vou ganhar nada, a não ser a honra de servir a este presidente", declarou Avancini.
O ex-diretor de novelas e minisséries da TV Globo está há seis meses na direção da Roquete Pinto, mantenedora da TVE (Televisão Educativa) e da Rádio MEC, com sede no Rio.
Antes disso, passou três anos produzindo novelas e minisséries para a TV em Portugal.
Avancini disse que, em 50 anos de profissão, nunca trabalhou para nenhum governo. ``Nunca me senti estimulado. Agora me sinto, porque o presidente goza de muita credibilidade, imposta por seu comportamento", afirmou o diretor.
Além da economia, Avancini atribui sua escalação ao resultado do trabalho por ele realizado no documentário da TVE e no último pronunciamento de FHC.
``Usei uma linguagem arejada, mais à vontade, bem ao estilo do presidente", disse. Segundo ele, FHC não é difícil de ser dirigido. ``Ele respeita muito o profissional, é uma característica dele."

Texto Anterior: Presidente promete fim de atrasos em repasses de verbas assistenciais
Próximo Texto: Incra precisa de R$ 1 bi para desapropriações
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.