São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Encontro discute ética para sacrificar animais

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa hoje em São Paulo encontro internacional para debater maus-tratos contra animais de estimação -basicamente cães e gatos.
A 1ª Conferência Internacional Sobre Controle Populacional de Animais Domésticos, organizada pela WSPA (Sociedade Mundial para Proteção Animal, entidade não-governamental consultora da ONU), no Centro Cultural São Paulo, quer mostrar métodos ``humanitários" para o controle do crescimento de animais.
A conferência marca no Brasil o lançamento da campanha mundial Pet Respect (algo como respeito aos animais de estimação). A campanha centraliza seu trabalho no tripé controle da reprodução, bem-estar dos animais e educação de seus donos.
Uma atividade a ser atacada na conferência é a forma como os países sacrificam animais abandonados nas ruas. Na Índia, cães são envenenados ou eletrocutados. Em São Paulo, são sacrificados por descompressão em câmaras de vácuo. Em lotes de 30, os animais são levados para uma câmara onde é retirado o oxigênio.
Mandy Thompson, 30, chefe da ``carrocinha" de um dos 33 distritos de Londres e convidada para dar palestras na conferência, afirma que são ``desumanos esses métodos". ``O animal fica sofrendo por cerca de um a três minutos antes de morrer", diz.
Thompson conta que em Londres os animais doentes são sacrificados com injeções e morrem em menos de um segundo, sem sofrimento. Segundo ela, são coletados por ano cerca de 2.000 cães na capital inglesa.
Aproximadamente 60% desses animais foram perdidos e podem ser devolvidos para seus donos. Outros 30% são encaminhados para adoção e adotados. Apenas 10% são sacrificados.
Ramos afirma que o método usado pela prefeitura ``é indolor".
Marco Ciampi, 40, representante da WSPA no Brasil, acredita que o ``único jeito de se controlar a reprodução dos animais é a esterilização ou castração".
A WSPA quer discutir na conferência uma forma eficaz de identificação dos animais para que, no caso de perda, possam ser recuperados rapidamente.
O método mais avançado é a implantação de um chip (circuito informatizado que armazena informações) na nuca do animal. Quando o bicho é achado na rua, um funcionário passa um scanner (aparelho que ``lê" as informações) e localiza seu dono.

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