São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Porco vira bicho de estimação

DA REPORTAGEM LOCAL

A mais nova mania dos londrinos é ter como bichos de estimação black-pigs (porcos pretos). Segundo Mandy Thompson, chefe da ``carrocinha" de Londres, depois de crescidos, os suínos atingem cerca de 60 cm de altura, não cheiram muito bem e, por isso mesmo, por chamar a atenção das pessoas, estão sendo escolhidos como animais de estimação.
No rol dos animais esquisitos, os black-pigs estão substituindo cobras e lagartos, bichos que fizeram muito sucesso até o ano passado e que agora começam a ser abandonados.
Thompson, que tem dois cachorros e um gato, criticou o modismo. ``Passada a moda, esses animais vão, seguramente, ser abandonados."
Na opinião de David Griffths, 63, veterinário do Royal Army (Exército Britânico) que vai participar da conferência, o principal motivo para o abandono e maus-tratos de animais é o embrutecimento do ser humano. ``Os homens não são educados com seus iguais. Muito menos com os animais", disse.
Para Janice Cox, 39, coordenadora mundial da WSPA, a compra aleatória de animais, por impulso ou modismo, deve ser combatida. A WSPA defende a ``posse responsável" do bicho como se fosse a adoção de um filho.
A entidade parte do princípio que os animais sentem dor, têm instintos, não devem ser encarados apenas como matéria-prima para os homens e têm direito de viver livres de sofrimentos desnecessários nas mãos do ser humano.
Legislação
Os três especialistas ingleses ouvidos pela Folha foram unânimes em afirmar que a legislação paulistana para a proteção dos animais de estimação é uma das mais aperfeiçoadas do mundo. Precisa ser aplicada.
A lei 10.309, sancionada em 1987 pelo então prefeito Jânio Quadros, tem artigos que penalizam donos que tratarem mal seus animais. As multas, que poderão ser aplicadas pelos agentes sanitários, vão de uma UFM (Unidade Fiscal do Município, R$ 35,10) a dez UFM. Em caso de reincidência, o valor é cobrado em dobro.

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