São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Pintor escandalizou com falos

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DO ENVIADO A NOVA YORK

Em 1961, Hans-Georg Kern adotou o nome artístico de Baselitz, vilarejo da Alta Saxônia onde nasceu, em 23 de janeiro de 1938, então localizado na Alemanha Oriental. Considerava Kern um nome comum demais para a revolução artística que pretendia.
Invertendo a posição tradicional da figura na tela, deu o passo que considerou definitivo.
O visitante contemporâneo médio de museus respira feliz diante das telas gigantes de Baselitz. Algumas têm 3 metros de altura por quatro de comprimento. Apesar de invertida, é uma arte ``para cima", alegre e muitas vezes mística. O fundamento filosófico do artista está no misticismo indiano, que afirma que as raízes da terra se encontram no céu.
O mesmo não pode se aplicar às esculturas. Algumas estão em posição de saudação nazista, que o artista nega.
Com o tempo, foi exconjurando seus fantasmas de pós-guerra e positivando os temas. Sua primeira mostra individual, em Berlim, em outubro de 1963, escandalizou a crítica com falos desproporcionais e imagens desfiguradas.
Antes de adotar a tela, representou anti-heróis e corpos fraturados. A família e a mulher viraram o tema de suas telas tardias. O ``enfant terrible" expõe felicidade.
(LAG)

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