São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Adversários tentam fragilizar o presidente

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A oposição russa aproveitou a internação do presidente para tentar provar a tese de que ele não tem condições de governar.
"Nosso presidente já não governa a Rússia", disse o deputado Viktor Iliukhin, do Partido Comunista. "Minhas fontes indicam um mal antigo, que destrói o fígado e os rins", disse Iliukhin.
O "mal antigo", todos entenderam, seria o alcoolismo. Ieltsin já foi visto cambaleante em várias cerimônias públicas, despertando rumores de que estaria frequentemente bêbado.
O incidente mais constrangedor aconteceu no ano passado, quando Ieltsin deixou os representantes do governo da Irlanda esperando por ele durante horas, na pista do aeroporto.
Dizia-se que Ieltsin estava bêbado dentro do avião, mas os porta-vozes russos afirmaram que ele teve problemas com o fuso horário e não conseguiu acordar.
O presidente da Duma (equivalente à câmara dos deputados) do Parlamento, Ivan Ribkin, disse que Ieltsin deve ter sofrido uma estafa. "Talvez o treinador de tênis do presidente deva reduzir a carga durante seus exercícios", disse o parlamentar.
Ribkin, do Partido Agrário, lidera um bloco de centro-esquerda na Rússia que agrega 29 partidos e tem o apoio de Ielstin.
O principal atingido pela eventual renúncia por motivos de saúde de Ieltsin, o premiê Viktor Tchernomirdin, 57, não se manifestou sobre o assunto.
Seu porta-voz se limitou a dizer que não seria necessário que Tchernomirdin assumisse.
Pela Constituição, o premiê assume o cargo em caso de vacância do governo. Tchernomirdin lidera o bloco "Nosso Lar, Rússia" de centro-direita.
Os presidentes dos EUA, Bill Clinton, e da França, Jacques Chirac, reagiram protocolarmente à internação de Ieltsin. Desejaram "pronto restabelecimento" ao presidente russo.

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