São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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SP terá cadastro centralizado para adoções

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O corregedor-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Antonio Carlos Alves Braga, publicou na última segunda-feira um provimento no ``Diário Oficial" determinando a criação de um cadastro centralizado para adoções no Estado de São Paulo.
Esse cadastro deve ter informações sobre pessoas interessadas em adoção e crianças aptas a serem adotadas.
A falta de um cadastro comum é o principal responsável hoje pela demora nos processos de adoção, pois cada fórum regional tem um cadastro e não se comunica com os demais.
Um casal que mora em Santana, por exemplo, deve se registrar no fórum do seu bairro e o bebê que deseja só vai ser procurado nas instituições de Santana (orfanatos, unidades da Febem ou abrigos).
Se existir uma criança com as características que esse casal quer em outro bairro, é possível que eles nunca a encontrem.
Por isso, alguns casais chegam a esperar até três anos para conseguir adotar uma criança. A espera é maior se a criança for recém-nascida, branca e do sexo feminino -as mais procuradas.
Com a centralização, a localização do bebê desejado será muito mais rápida.
Conforme prevê a lei, cada Vara da Infância e da Juventude vai continuar a manter seu próprio cadastro, mas enviará todas as informações para uma central, que funcionará junto à Cejai (Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional) .
Assim, as pessoas interessadas em adotar crianças deverão comparecer à Vara da Infância e da Juventude do fórum mais próximo de sua casa.
No local, serão cadastradas e passarão por uma série de testes com psicólogos e assistentes sociais. Se aprovadas, terão suas informações enviadas à central de adoções.
Apesar da determinação ter sido publicada na segunda-feira, até ontem os juízes das Varas da Infância e da Juventude e a própria Cejai não sabiam como funcionará essa central e se será informatizada.
``Não sei se a informatização será possível porque os fóruns regionais não estão informatizados", disse o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Santo Amaro, Luis Roberto Reuter Torro, 37.
Torro acredita, no entanto, que não haverá problemas em centralizar as informações, já que todos os fóruns têm seus cadastros prontos.
O Cejai informou ontem que aguardará uma nova publicação da Corregedoria determinando como funcionará a central. O provimento publicado segunda-feira prevê sua implantação em 30 dias.
O corregedor Antonio Carlos Alves Braga foi procurado ontem pela Folha para dar explicações mas informou, por intermédio de sua secretária, que não poderia atender a reportagem ``por estar muito ocupado".

Como adotar
A única exigência para adotar uma criança hoje é ter 21 anos. O interessado passará por uma avaliação para saber se tem condições de dar à criança alimentação, moradia e educação. Não é necessário ser casado.

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