São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Obra deixa ramal Paulista `silencioso'

DA REPORTAGEM LOCAL

O horário de funcionamento do ramal Paulista do metrô pode ser estendido até meia-noite ainda este ano. A mudança depende apenas da colocação de palmilhas de fixação nos trilhos para acabar com os ruídos e vibrações que são sentidos nos imóveis da região.
O barulho provocado pela passagem dos trens na região da Paulista vem sendo alvo de reclamações dos moradores e comerciantes da avenida desde a inauguração do trecho, no final de 1990.
``Depois da construção do metrô começaram a aparecer rachaduras na parede de casa por causa da trepidação", afirma a estudante Nívea do Val, 24, que mora nas proximidades da estação Clínicas.
Segundo o presidente do metrô, Paulo Goldschmidt, esse era o principal motivo para a restrição do horário de funcionamento do ramal até as 20h30. As linhas leste-oeste e norte-sul funcionam das 5h à meia-noite.
Os serviços de colocação das palmilhas começaram nesta semana, na região do poço de ventilação Sorocaba, na rua Ernest Marcus (Pacaembu, zona oeste). Segundo alguns moradores da região, a vibração diminuiu bastante nos últimos dias.
``Em alguns horários, quando há silêncio, ainda escutamos um barulho grave, mas já está bem melhor", afirma o estudante Henrique Scarabotto, 24, que trabalha em um escritório de arquitetura na rua Ernest Marcus.
Segundo as previsões, a fixação das palmilhas em 1.380 metros de trilhos deve ser concluída até o final de novembro e vai custar cerca de US$ 2,2 milhões. Goldschmidt diz que os custos serão cobertos com recursos próprios do metrô.

Justiça
As palmilhas, feitas em poliuretano aerado, um material sintético que impede a propagação das vibrações em meios sólidos, são fabricadas na Áustria e também são utilizadas nos metrôs de Nurenberg (Alemanha) e de Milão (Itália), para evitar as vibrações.
Segundo a direção do metrô de São Paulo, esta solução foi escolhida por não exigir a interrupção do funcionamento dos trens. O ramal Paulista do metrô é usado por cerca de 220 mil pessoas por dia.
``Era uma obra que precisava ser feita. É uma questão de justiça e respeito aos moradores da região, que tinham razão em reclamar", afirmou Goldschmidt.

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