São Paulo, sábado, 15 de julho de 1995
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Procurador quer investigação para punir policiais

DA REPORTAGEM LOCAL

O MPE (Ministério Público Estadual) abriu ontem uma investigação para apurar atos de improbidade administrativa cometidos pelos policiais civis que abandonaram o serviço para impedir a interdição do Presídio da Polícia Civil no último dia 12.
A investigação será feita pela promotoria de Justiça e Cidadania de São Paulo, por determinação do procurador-geral da Justiça em exercício, Mário Pazzaglini Filho.
O presídio havia sido interditado por ordem do Tribunal de Justiça, em virtude das fugas e das mordomias dos presos, que usavam telefone celular, saíam para jantar em restaurantes, para roubar e para ameaçar testemunhas.
A tropa de choque da PM cercou o presídio para transferir os presos para o COC (Centro de Observação Criminológica).
Cerca de 300 policiais civis abandonaram o serviço e cercaram o presídio da Polícia Civil para impedir a transferência.
Caso seja provado que os policiais civis cometeram um ato de improbidade administrativa, eles responderão a um inquérito civil e serão forçados a ressarcir o prejuízo causado ao Estado.
``A atitude dos policiais civis pôs em risco a ordem e a segurança pública", afirma o procurador no requerimento.
Segundo a promotora Lúcia Maria Casale, 48, houve evidente ``desvio de função".
O diretor da Corregedoria da Polícia Civil, delegado Luiz Roberto Spadafora, 54, disse que os policiais civis que desrespeitaram a ordem para sair da frente do presídio não serão afastados.
Um policial civil pode ser suspenso preventivamente por até 30 dias quando comete um crime ou infração administrativa. ``Esse instituto (a suspensão) é reservado para casos graves em que o policial pode influir na investigação."
Segundo ele, serão pedidas imagens às redes de televisão para identificar os policiais rebelados.

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