São Paulo, sábado, 15 de julho de 1995
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Coro de Chicago emociona a platéia na noite gospel do festival

CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A MONTREUX

Já virou tradição. Nos últimos anos, a noite de gospel do Montreux Jazz Festival tem se revelado uma das mais disputadas e emocionantes do evento. Nem mesmo a concorrência dos shows dos cantores Tony Bennett e Randy Crawford diminuiu o interesse pelo concerto de gospel, anteontem.
Após o sucesso das turnês do coro da igreja batista nova-iorquina Mount Mariah pelo Brasil, fica mais evidente ainda que o gospel negro já deveria ter merecido uma chance no Free Jazz Festival.
A ``Gospel Night" de Montreux começou com a apresentação dos 40 cantores e músicos do vibrante The Cosmopolitan Church of Prayer Choir, de Chicago (EUA). Fundado há 35 anos, esse coro já gravou 25 discos, ao lado não só de astros do gênero, mas até do bluesman B. B. King.
Em poucos minutos, o coro liderado pelo Dr. Charles G. Hayes transformou a superlotada sala Miles Davis em uma fervorosa congregação batista.
Cantando várias formas da música religiosa afro-americana, como o ``spiritual", o ``shout" e muito gospel, o coro norte-americano contagiou a platéia de cerca de 2 mil pessoas. Sem aderir a modernismos como o funk e o hip-hop em seu repertório, o coro de Chicago emociona por manter viva a principal raiz da música negra norte-americana.
Foi o que provou o Mighty Clouds of Joy, segunda atração da noite. Com 40 anos, o quarteto vocal norte-americano abriu-se mais ao pop negro, depois de cultivar a música gospel durante décadas.

O jornalista CARLOS CALADO viaja a Montreux a convite da Warner e da Polygram.

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