São Paulo, sábado, 15 de julho de 1995
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O público para o público

Segundo dados obtidos pela Folha nos terminais do Sistema de Execução Orçamentária da Câmara Municipal de São Paulo, os dispêndios apenas com a veiculação da publicidade realizados pela prefeitura entre janeiro e junho deste ano alcançam R$ 14,73 milhões.
Mais grave ainda, a prefeitura pagou às agências que preparam as peças publicitárias para serem veiculadas outros R$ 12,6 milhões. No total são R$ 27,3 milhões. Até o ano passado a prefeitura não diferenciava os gastos com veiculação e contratação de agências. No total, Maluf gastou R$ 14,9 milhões com publicidade em 94.
Também causa uma certa suspeita o fato de duas das agências contratadas serem as que realizaram a campanha eleitoral do prefeito.
É de se indagar quais foram as circunstâncias especiais inflingidas à cidade nestes primeiros seis meses de 1995 que pudessem justificar um acréscimo tão exponencial nas despesas com publicidade.
Na prática, constata-se muitas vezes que a mensagem publicitária pode estar contaminada de propaganda (na acepção puramente política do termo), prestando-se mais à promoção de uma imagem positiva junto à opinião pública do que à prestação de serviços à comunidade. E aqui o contribuinte é lesado.
Cabe pois à sociedade cobrar normas claras para diferenciar mensagens publicitárias relevantes de simples propaganda. É preciso que as verbas públicas estejam autenticamente a serviço do público.

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