São Paulo, domingo, 16 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A mala

Senador pelo PSD mineiro na década de 50, Benedito Valadares cuidava de fortalecer seu partido. Certo dia, chamou seu chefe de gabinete e anunciou que iria a uma cidade no Triângulo Mineiro, onde os pessedistas locais decidiam quem seria candidato a prefeito.
Convencido de que seria uma viagem rápida, o assessor estranhou quando viu o chefe com uma mala para pernoite. Já na cidade, Valadares foi para a reunião. Sentou-se e, de forma ostensiva, colocou a seu lado a mala.
Na busca do candidato a prefeito, os líderes citavam nomes. Valadares só ouvia: tinha seu candidato em mente, mas queria que fosse proposto pelo partido. Os líderes locais resistiam à idéia de Valadares e a estratégia era tentar vencê-lo pelo cansaço.
Foi aí que a mala cumpriu seu papel. Depois de horas de reunião, os líderes entenderam que o senador estava disposto a esperar o tempo que fosse necessário. Vencidos, falaram o tal nome.
- Esse! -exclamou o senador.
E foi embora carregando a mala, que sempre esteve vazia.

Texto Anterior: Horário pago; Chamando o encanador; Experimentando; Agrado; Tamanho é documento; Sem carona; Caixa-alta
Próximo Texto: Esquerdas burras...
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.