São Paulo, domingo, 16 de julho de 1995
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Para Fiat, qualidade é excelência humana

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da matriz, na Itália, a Fiat do Brasil é considerada uma das fábricas mais modernas e integradas do mundo.
Segundo Edgardo Cáceres, gerente de qualidade das concessionárias Fiat, isto deve-se, principalmente, à implantação de um plano de qualidade total na empresa, a partir de 1990.
Cáceres fez palestra no auditório do jornal, na última segunda-feira, sobre o tema ``A qualidade total na Fiat Automóveis". O evento fez parte da série ``A Busca da Qualidade Total", promovida pela Folha.
Segundo Cáceres, o plano de qualidade total da Fiat é resultado de diversas viagens feitas por seus executivos a países da Europa, Japão e Estados Unidos, nos anos de 1988 e 1989. ``A partir destas experiências, criamos um modelo de plano de qualidade adaptado à realidade brasileira", disse ele.
Neste modelo, ``qualidade é, em essência, excelência humana", afirmou ele. Assim, a empresa passou a investir, fundamentalmente, no treinamento de seu quadro de funcionários.
Os primeiros resultados foram sentidos já em 1990. ``Com o Plano Collor, quem mais produzia, mas prejuízo acumulava. Por isso, a indústria automobilística demitiu um grande número de empregados naquele ano", afirmou Cáceres.
A Fiat, além de não dispensar funcionários, aproveitou o tempo que sobrava com a redução da produção para aumentar em 40% o número de horas em treinamento em qualidade total, explicou ele.
``Naquele ano, tivemos um prejuízo de US$ 150 milhões, mas sabíamos que era preciso mudar a política da empresa para adaptá-la à realidade de um mercado cada vez mais exigente", afirmou.
Em 1991 e 1992, a Fiat iniciou uma política de reengenharia industrial. ``Muitos funcionários mudaram de função. Não demitimos os mais antigos, mas mudamos seus cargos, para que sua experiência fosse melhor aproveitada. Desde 1989, só aumentamos nosso quadro de empregados, que hoje é de 17 mil", disse Cáceres.
Após a implantação do plano de qualidade total para os funcionários, a Fiat começou um sistema de parceria, levando-o, inicialmente, aos seus fornecedores. O objetivo, agora, é estendê-lo às concessionárias.

Objetivos
O principal objetivo do plano de qualidade total da Fiat, em parceria com seus fornecedores e concessionárias, é a satisfação constante do cliente, explicou Cáceres.
Para a Fiat, são clientes não apenas os compradores dos veículos, mas também seus funcionários, acionistas, fornecedores e concessionárias.
Portanto, para atingir seu objetivo, é preciso que haja participação, integração e envolvimento de todos no processo de qualidade total.
Os resultados do plano podem ser sentidos pelos resultados obtidos pela empresa. Segundo Cáceres, em 1989 a Fiat tinha uma participação de 12% no mercado de vendas a varejo de carros de passeio e comercial leve. Em 1994 a participação foi de 28,7%.
Além disso, a Fiat do Brasil lança, no próximo ano, o primeiro carro mundial da empresa produzido fora da matriz, na Itália. "É a primeira vez que isso ocorre com uma montadora", disse Cáceres.

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