São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 1995
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Arcebispo de Recife deve ser transferido

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O arcebispo de Olinda e Recife (PE), d. José Cardoso Sobrinho, deverá ser transferido ainda neste mês. O mais provável é que o Vaticano (sede da Igreja Católica) determine seu retorno para Roma.
A transferência seria a fórmula para acabar com os conflitos ocorridos desde a chegada de d. José a Recife, em 1985.
Sucessor do ``progressista" d. Hélder Câmara, d. José entrou em choque com vários grupos organizados da igreja e expulsou diversos padres, dos quais a maioria migrou para a diocese da Paraíba.
Seguidores da Teologia da Libertação, os ``progressistas" enfatizam o trabalho social da igreja.
Outra possibilidade analisada seria a ida de d. José para a Arquidiocese de Fortaleza (CE). O problema é que esta opção poderia gerar, no Ceará, uma situação semelhante à de Recife.
Em Fortaleza, d. José tenderia a enfrentar problemas com os fiéis acostumados com a linha adotada pelo último arcebispo, o ``progressista" d. Aloísio Lorscheider, transferido, na semana passada, para Aparecida (SP).
No início deste mês, integrantes do grupo Igreja Nova -formado por leigos de Recife que fazem oposição a d. José- reuniram-se com o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Lucas Moreira Neves.
Eles entregaram a d. Lucas um dossiê de 150 páginas com acusações a d. José. A CNBB não tem poder sobre a nomeação de bispos, mas d. Lucas é um dos brasileiros de maior prestígio junto ao papa.
D. Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana (MG), tem sido citado como um dos eventuais substitutos de d. José.

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