São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 1995 |
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Para ministro, controle da inflação não é rígido
HELCIO ZOLINI
``Não tenho bola de cristal, mas imaginar que a inflação dos próximos 12 meses será de apenas 10% ou 12% seria apostar muito num controle de inflação extremamente rigoroso", disse Andrade Vieira. ``Prefiro imaginar que a inflação será de 15% a 25%." As estimativas da equipe econômica apontam inflação de 25% para este ano. Não há previsão oficial para inflação nos próximos 12 meses -o que incluiria todo o primeiro semestre de 1996. A afirmação do ministro foi feita no campus da Universidade Federal de Viçosa, durante a abertura da 66ª Semana do Fazendeiro. Além do ministro, estava no palanque o governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB). Vieira estimou que a taxa de juros fixada pelo governo em 16% para o custeio da próxima safra agrícola poderá garantir vantagem para os produtores rurais. ``Se a inflação for de 20%, 16% significam juro negativo de 4%. Isso permitirá recuperação das perdas havidas neste ano", disse. O ministro disse que sua meta no governo FHC é deixar uma estrutura de financiamento viável para as próximas safras. ``A que estamos colhendo, de 80 milhões de toneladas, ainda é muito pequena. Está longe de ser uma supersafra. Para as nossas necessidades, o Brasil deveria colher 150 milhões toneladas de grãos (uma tonelada por habitante). Queremos alcançar isso nos próximos sete, oito anos", declarou. Ele disse ainda que nunca houve uma política agrícola no país. ``Nós só tivemos políticas de safra, emergenciais, para acudir situações como essa que vivemos hoje. A primeira medida para poder definir uma política de longo prazo é o zoneamento agrícola do país, que vai permitir definir como produzir determinados grãos." Vieira participou da inauguração do Terminal de Calcário na Escola Agrícola Arthur Bernardes, também em Viçosa. Colaborou a Redação. Texto Anterior: Andrade Vieira critica lideranças rurais Próximo Texto: Produtores querem prorrogar protesto Índice |
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