São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 1995
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Depósitos eram semi-enterrados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério da Marinha informou ontem que foi a ressonância (onda de som) das explosões que causou pânico na população.
Isso porque os depósitos são construções semi-enterradas, com paredes reforçadas e apenas o teto é projetado para ser destruído em explosões.
``Quem olha de cima tem a impressão de ver uma grande caixa pegando fogo. E é só isso, porque as explosões acontecem dentro dela e não têm como atingir mais ninguém", disse à Folha o capitão Rudibert Kiliam Júnior.
Kiliam não descartou que possa ter havido danos em residências ou outras áreas próximas ao paiol, como na divisão anfíbia do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha. ``Às ondas de som funcionam como um soco e podem ter atingido vidraças ou casas", afirmou.

Caixa de sapato
Segundo o almirante da reserva Victor Boisson Moraes, os paióis (depósitos de armas e munições) da ilha do Boqueirão foram construídos de forma a minorar os efeitos de eventuais acidentes.
Isto, para evitar que, em caso de explosão, as laterais dos paióis sejam lançadas à distância pela expansão do ar.
O solo funciona como uma espécie de reforço destas laterais.
Como os paióis são ``enterrados", a expansão do ar se dá principalmente para cima.
As construções eram camufladas, cobertas com vegetação rala.

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