São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Pobres são 46% no Rio Grande do Norte

PAULO FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NATAL

A pobreza atinge 46% dos 2,4 milhões de habitantes do Rio Grande do Norte, segundo pesquisa realizada pelo Idec (Instituto de Desenvolvimento, subordinado ao governo do Estado). No Brasil, esse índice é 24%.
O estudo mostra ainda que 157 mil crianças de 0 a 5 anos são desnutridas, número equivalente a 41% da população infantil do Estado nessa faixa etária.
Para o presidente do Idec, Alexandre Firmínio, 39, essas crianças ``são potencialmente candidatas ao nanismo (desenvolvimento corporal retardado)".
Seis indicadores serviram de base à pesquisa: famílias e crianças indigentes, desnutridos, abastecimento de água inadequado, chefes de família com renda de até meio salário mínimo e analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais.
O conceito de pobreza foi aplicado na pesquisa para famílias cuja renda mensal não supre as necessidades básicas de alimentação, vestuário, educação, transporte e habitação.
O município de Carnaubais (230 km de Natal) foi o que apresentou o maior índice de pobreza.
Sessenta e quatro por cento dos 10.601 habitantes (censo de 91) da cidade estão na faixa considerada de indigência.
Carnaubais está na região que é a primeira produtora de petróleo em terra do país e o terceiro mais importante pólo produtor e exportador de frutas tropicais do Nordeste.
As disparidades, segundo Firmínio, podem ser explicadas pelo índice de concentração de renda no Estado.
Os 10% mais ricos, que detinham 50,4% da renda, agora estão 54,3%. ``Em resumo, os mais pobres ficaram ainda mais pobres e os ricos, mais ricos", afirmou Firmínio.

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