São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Comprador da Escelsa critica tarifa baixa

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As tarifas de energia elétrica no Brasil são ``escandalosamente" baixas e se caracterizam como as menores do mundo.
A afirmação é do presidente do consórcio Iven (formado pelos bancos Pactual, Nacional, Bozano,Simonsen, Icatu, Citibank e o grupo argentino Perez Compac), José Luiz Alquéres, que comprou o controle acionário da Escelsa (central elétrica do Espírito Santo).
Na assinatura do primeiro contrato de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso, Alquéres não reivindicou reajuste das tarifas, mas afirmou que, no Chile, os preços praticados no setor são, em média, 60% superiores e, na Argentina, 40%.
Alquéres criticou a política de tarifas do governo. ``Desde 1974, o governo usa a contenção das tarifas na tentativa de segurar índices de inflação. Esta política decididamente não dá certo."
As tarifas das empresas privatizadas, segundo Alquéres, continuarão sob o controle do governo, mas a concessionária poderá reivindicar os reajustes.
Na próxima quinta-feira, uma assembléia de acionistas da Escelsa vai escolher os integrantes do conselho de administração e diretores da empresa. Somente depois disso, segundo Alquéres, é que os novos acionistas vão discutir tarifas com o governo.
Ele não quis adiantar quanto a Escelsa necessitará de reajuste de tarifas. O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) descartou aumentos nos preços.
A defasagem nas tarifas de energia elétrica podem chegar a 30%, conforme apurou a Folha, de acordo com os custos de cada em empresa. O governo pretende fazer um reajuste gradual das tarifas por setor e o peso de cada um no cálculo da inflação.
Brito afirmou que a Light será a próxima empresa a ser privatizada até o final do ano.

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