São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Consumo de carne recua 20% neste ano

GRAZIELE DO VAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumo de carne bovina caiu 20% este ano e deve segurar os preços na entressafra.
A queda nas vendas frustrou o movimento especulativo ensaiado pelo mercado em junho, que fez o preço subir até 20%
``Os pecuaristas tentaram reter o boi no pasto para diminuir a oferta e forçar para cima os preços. O consumidor não absorveu essa alta e optou por outros tipos de carne", diz Hélio Toledo, diretor do Sindicato da Indústria do Frio do Estado de São Paulo.
Segundo Toledo, a cotação da arroba (16 kg) não deve ultrapassar R$ 28 até outubro.
Para o presidente do Sindicato dos Varejistas de Carne, Manoel Farias Ramos, os preços devem se estabilizar nos patamares atuais.
Na sua opinião, a oferta de gado confinado 40% superior à de 94 joga a favor desse equilíbrio.
``Além disso, os preços da carne argentina e uruguaia estão bastante competitivos e o inverno este ano, bem mais ameno", diz.
O aumento nos preços não demorou nada para bater no bolso do consumidor, que sumiu dos açougues.``As vendas caíram 40% desde o início do ano", queixa-se Valcir Milanelo, proprietário da Casa de Carne Palestra.
O presidente do Sindicato dos Pecuaristas defende-se alegando que muitos produtores, que também são agricultores, tiveram de se desfazer de parte dos estoques, em função da crise de liquidez.
Para o diretor da Fipe, Juarez Rizzieri, a alta da carne deve puxar a inflação no segundo semestre, junto com o trigo. Segundo a Abitrigo, o preço do produto argentino (principal fornecedor para o país) subiu 79,16% em 95.

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