São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Emprego na indústria tem queda de 0,29%

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O nível de emprego industrial em São Paulo caiu pela décima semana consecutiva, informou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Com a demissão de 6.810 trabalhadores, a taxa recuou 0,29% na primeira semana de junho, em relação a semana anterior.
Boris Tabacof, diretor titular do Departamento de Economia da Fiesp, disse que a queda do emprego é o resultado de um desaquecimento ``indesejável" da atividade econômica.
``A economia está seca, não há dinheiro no mercado", afirmou Tabacof.
``O governo precisa adotar logo medidas para irrigar a economia", disse o empresário.

Calibragem
Entre essas medidas, Tabacof destacou a ``desmontagem do esquema estrangulante dos depósitos compulsórios".
``Esperamos ação do governo para impedir que a desaceleração da economia se transforme em recessão", disse.
Para a Fiesp, é preciso uma ``calibragem" na economia brasileira, em busca de um desenvolvimento sustentado a uma taxa anual, este ano, entre 5% e 6%.
A Fiesp, disse Boris Tabacof, espera que o governo reverta o aperto ao crédito.
``O governo conseguiu o desaquecimento da demanda que queria mais rápido do que imaginava", disse.
Tabacof afirmou que o ambiente empresarial é de ``preocupação" com a ``velocidade" registrada pela queda da atividade econômica.
Segundo Tabacof, a velocidade dessa queda pode reverter o quadro ainda positivo do nível de emprego industrial registrado pela Fiesp nos últimos 12 meses.

Novas vagas
A taxa acumulada desde janeiro ficou em 0,36%, representando a contratação de 7.834 trabalhadores.
Nos últimos 12 meses, a taxa mostra um aumento de 1,84%.
Isso significa a abertura de 42.096 vagas pela indústria de transformação de São Paulo.
Na primeira semana de junho, apenas dois setores entre os 46 ouvidos pela pesquisa de emprego da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo tiveram desempenho positivo (contratações superiores às demissões).
Houve desempenho negativo em 18 setores e 26 setores permaneceram estáveis.
Os setores industriais que tiveram desempenho positivo no período foram artefatos de ferro e ferramentas em geral (0,98%) e congelados e supercongelados (0,43%).
Entre os setores industriais paulistas que mais demitiram estão matérias-primas para fertilizantes (-2,72%), artefatos de borracha (-1,97%) e o setor de relojoaria (-1,80).

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