São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Reabertura do campus; João Sayad; Problema discreto; Terrorismo em Buenos Aires; Entidades sociais; Viagem a Paris; Fundação Seade; Imprensa

Reabertura do campus
``Com referência à reportagem publicada no dia 14/7 sob o título `Reabertura do campus da USP é adiada', vimos manifestar nosso protesto quanto à forma pela qual o assunto foi abordado pelo jornalista Rogério Wassermann. Em primeiro lugar, o reitor não se negou a prestar esclarecimentos. Foi informado ao repórter que o professor Fava acabara de voltar da França, estando com agenda acumulada, e que o professor Antonio Rodrigues Martins, prefeito da Cidade Universitária, encontra-se em férias. É importante esclarecer ao leitor da Folha que o campus será reaberto. Caso contrário, o próprio reitor já teria anunciado o fechamento definitivo. O que nos causa desconforto, entretanto, é ver este assunto tratado tão levianamente pelo jornal. Sobretudo quando o repórter publica apenas parte das informações que lhe foram fornecidas."
Lupercio Tomaz, assessor de imprensa da reitoria da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rogerio Wassermann - Lupercio Tomaz, assessor de imprensa da reitoria da USP, afirmou à reportagem que o reitor não falaria sobre o assunto antes da reabertura do campus.

João Sayad
``Há gente que pensa direito, mas não sabe escrever, e gente que escreve bem, mas pensa mal. Com a contratação de João Sayad, a Folha revela a boa síntese: ele pensa muito bem e escreve melhor ainda. Seus dois artigos de estréia são supimpas. Estão ambos, ele e o jornal, em ótima companhia."
Fernando Morais, jornalista (São Paulo, SP)

Problema discreto
``Estarrecedor, sob todos os ângulos, o artigo do sr. Janio de Freitas `Um problema discreto', publicado em 9/7, e que exige, de imediato, uma posição: ou o jornal aciona seu jornalismo investigativo -tão pouco usado fora da área política- e mostra todos os fatos aos seus leitores sobre este absurdo roubo que se pratica contra todos os interesses nacionais, ou demite sumariamente o autor do artigo por seu conteúdo absurdo e incomprovado."
Camilo F. M. Viana (Belo Horizonte, MG)

Terrorismo em Buenos Aires
``Hoje temos o triste aniversário de um ano do ato terrorista que destruiu a sede da Amia em Buenos Aires, causando mais de cem vítimas fatais. Infelizmente, até hoje não há progressos nas investigações, e os assassinos terroristas continuam impunes. A vigilância para que atos dessa natureza não mais se repitam deve ser redobrada, e a investigação e punição exemplar dos responsáveis devem ser cobradas das autoridades de forma constante."
János B. Kõvesi, presidente da Associação Beneficente e Cultural B'nai B'rith do Brasil (São Paulo, SP)

Entidades sociais
``O secretário da Fabes poderia colaborar com os excluídos sociais de São Paulo sendo probo em suas afirmações e democrático em suas ações. Exemplos de leviandade e má-fé, sr. secretário, são os seguintes atos da administração Maluf, entre outros: propagar que 140 mil favelados serão atendidos no Projeto Cingapura, quando o máximo não chegará a 10% do propalado; endividar a cidade em 72%; orçar 70 creches nos últimos dois anos e construir apenas 7 -onde estão os recursos das outras 63? Lembro ainda ao secretário que o prejuízo causado por sua gestão às políticas sociais desta cidade multiplicaram o volume de orientações técnicas/administrativas de nosso escritório, fazendo com que eu não tenha tempo ocioso para responder às suas lamentações e desinformações diárias."
Luiz Antonio Ferretti, secretário-executivo da Ames -Associação dos Movimentos de Entidades Sociais Conveniadas (São Paulo, SP)

Viagem a Paris
``Em 14 de julho de 1989, na comemoração do bicentenário da Revolução Francesa, o então presidente José Sarney levou uma comitiva com cerca de 150 pessoas a Paris, tendo sido as despesas pagas pelo cidadão brasileiro. Naquela ocasião eu era presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo e entrei com uma ação popular para que o ex-presidente da República, hoje presidente do Senado, devolvesse aos cofres públicos o que gastou naquela viagem. Entrei na Justiça há seis anos. A ação popular, que está na 10ª vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, ainda não foi julgada. Espero que a Justiça brasileira se pronuncie o mais rápido possível sobre assunto tão caro ao povo brasileiro."
Odilon Guedes, vereador pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Fundação Seade
``A Fundação Seade é uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente pela excelência dos serviços prestados em amplo leque de assuntos, levantando dados que subsidiam a administração pública no planejamento de ações estratégicas. Será que é correto e científico entender como atividade `meio' passível de cortes drásticos de orçamento a dos trabalhos desenvolvidos pela fundação com Dieese, Fiesp, Oncocentro, Ministério da Saúde, entre outros? Ou, ao contrário, o Estado moderno tem como prerrogativa coletar, processar e analisar estatísticas que meçam com isenção sua eficácia?"
Antônio Carlos Roxo, professor (Osasco, SP)

``O total desconhecimento das funções e dos serviços prestados pela Fundação Seade não impediu que o leitor Luis Gornstein, nesta seção, em 9/7, expressasse seu apoio ao corte financeiro de mais de 40% imposto pelo governador à fundação. Sobre a carta de apoio à Seade, é provável que o presidente da Fiesp e os demais signatários estejam conscientes da importância das pesquisas realizadas pela fundação para o acompanhamento do processo de repetência e evasão escolar, além de projeções demográficas por faixa etária, dados fundamentais para a racionalidade dos investimentos públicos no ensino básico em todos os níveis."
Vagner de Carvalho Bessa (São Paulo, SP)

Imprensa
``Às vezes fico abismada com a imprensa brasileira. Não deveria, mas fico. Ex-leitora do `Jornal da Tarde' (nos idos de 70 e 80) e provavelmente ex-leitora da Folha daqui para a frente, alguns fatos me surpreendem. A reportagem da revista `Veja', por exemplo, sobre nosso `doce mundo sem poluição'. E depois o artigo do sr. Antonio Ermírio de Moraes, baseado na `descompromissada' matéria da revista, proclamando o fim da causa ambientalista. É claro que houve protestos, o meu inclusive, mas foram publicados? E sobre os `altos salários do funcionalismo'? Curioso o cálculo que transforma salários médios de R$ 600,00 a R$ 1.500,00 (para quem tem de 15 a 20 anos de casa) em US$ 5.197,50 para os funcionários do Banco do Brasil e mais de US$ 2.000,00 para os do Bradesco. O máximo que se poderia aceitar seria um erro na colocação das vírgulas. O mínimo que a Folha poderia fazer seria mostrar a mágica desses números. Para ser justa, há uma exceção: a TV Cultura de São Paulo. Inteligente e criativa, teve a hombridade de vir a público explicar por que está em crise. Talvez seja por ainda não ter anunciantes."
Márcia Ramos (Guarulhos, SP)

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