São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995 |
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'Envenenamento' de motos é caro
ROSANGELA DE MOURA
Especialistas desaconselham preparação de motores com menos de 600 centímetros cúbicos Melhorar o desempenho de uma motocicleta com adaptações -conhecidas como ``veneno"- não é muito difícil, mas fica bem caro. Podem ser encontradas facilmente peças importadas capazes de até dobrar a potência original de motos com motor dois tempos (normalmente usados em motos menores). Para as motos de quatro tempos, em que a porcentagem de ganho de potência com o ``veneno" é menor, os preços são mais altos (veja quadro abaixo). Os proprietários de motos com mais de 600 centímetros cúbicos (cc) são os que mais procuram esses equipamentos. O preparador de motores Milton Benite, ex-piloto de competição, diz que, pela relação custo/benefício, não vale a pena envenenar uma moto de 450 cc. ``Fica mais barato comprar uma 600 cc, que tem cerca de 100 cavalos-vapor -mais que um Santana", afirma. O ex-piloto esclarece que, para melhorar a potência ou envenenar uma moto esportiva, é preciso conhecer quem vai fazer o serviço. Caso contrário, o resultado final pode não ser satisfatório. Ele afirma que as motos usadas há alguns anos em competições atualmente estão rodando nas ruas com motores ``amansados". São as chamadas motos esportivas. ``Os construtores da Fórmula 1 tentam transferir a tecnologia dos carros de corrida para os modelos esportivos, mas não conseguem. No caso das motos, a transferência é mais fácil" diz o ex-piloto. Para Carlos Eduardo Luzia, também preparador de motores, os ``venenos" usados nas motos esportivas, além de melhorar o desempenho, são procurados pelos proprietários de modelos importados para facilitar sua adaptação à gasolina nacional. ``As motos importadas não apresentam um rendimento satisfatório quando abastecidas com a nossa gasolina", esclarece. Segundo Luzia, para aumentar a potência de uma moto esportiva -e fazer com que o seu conjunto todo tenha reações mais instantâneas- é necessário retirar o motor, remover o cabeçote e desmontar as válvulas. Depois, são abertos os dutos de admissão -entradas de combustível- e o escape. Em seguida, o cabeçote é posto em um aparelho (chamado banco de fluxo) para equalizar o volume de entrada de combustível e saída de gases. As válvulas são montadas novamente e são acertadas suas folgas. Depois que a moto é remontada, é instalado um escapamento esportivo para melhorar o rendimento. Aproveitando o carburador original, é colocado um kit -agulha, molas e giclês- que aumenta a capacidade de aceleração. Depois, o preparador anda com a moto e examina se o carburador está com a regulagem perfeita. ``Assim, é possível usufruir do total rendimento da moto." Já Renato Gaeta, comissário técnico de competição, diz que não há necessidade de abrir o motor, a não ser que a moto seja uma ``sport production" -pronta para competição- e a pessoa queira usá-la em viagens. ``Nesse caso, é preciso abrir a parte superior do motor para a troca do comando de válvulas", esclarece Gaeta. Caso a moto não seja uma ``sport production", a instalação de novas agulhas, pulverizador e giclês exige a retirada dos carburadores e da caixa de filtro de ar. Em algumas motos é preciso retirar ou desligar o sistema antipoluente para não perder potência, diz o comissário. A troca de escapamento é recomendada para quem gosta de moto com visual agressivo. ``Para quem gosta de arrancadas, o jeito é mudar a relação coroa/pinhão." ONDE ENCONTRAR Moto Racer - r. General Osório, 603, tel. (011) 222-7922; Edgard Soares - r. General Osório, 663, tel. (011) 220-2626. Texto Anterior: Seat ganha assistência 24h; Mesbla cria rede de oficinas para lanchas; O NÚMERO; Belzer lança nova linha de chaves; Arlen lança modelos de subwoofers Próximo Texto: Pilotos exigem desempenho Índice |
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