São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Maconha poderá ser liberada para uso médico

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um simpósio que começa hoje em Brasília pode decidir a liberação da maconha para uso médico.
O ministro Adib Jatene (Saúde) tem poder para assinar uma portaria determinando que o THC (tetrahidrocanabinol), um dos princípios ativos da maconha, pode ser utilizado como remédio.
A opção de Jatene foi convocar um seminário para discussão do tema, com a participação do secretário Nacional de Vigilância Sanitária, Elisaldo Carlini.
Professor de psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo, Carlini é a favor modificação. ``Mas a recomendação final do seminário não vai depender só da minha opinião", disse.
O THC tem efeito comprovado para tratar náuseas e vômitos em pessoas que fazem quimioterapia contra câncer. Há hipóteses de que proporcione benefícios também em caso de epilepsia, o que ainda não foi comprovado pela ciência.
Nos EUA, o THC é vendido em cápsulas com o nome comercial de Marinol (proveniente de marijuana). O remédio pode causar os efeitos alucinógenos e de dependência do ato de fumar maconha.
O uso decigarros de maconha não está em discussão, pois o produto contém outros componentes -são pelo menos 70 canabinóides e 100 hidrocarbonetos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou e a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou a inclusão do THC entre os psicotrópicos com utilidade terapêutica. O Brasil aprovou a decisão.Para utilizar o THC, o país poderia importar o produto ou criar plantações governamentais (os EUA têm uma no Mississipi).
O simpósio ``Tetrahidrocanabinol (THC) como medicamento?" terá palestras de quatro especialistas, a partir das 14h.

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