São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Biggs não será extraditado, dizem advogados

JOSÉ CARLOS PELOSI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os advogados de Ronald Biggs consideram ``muito pouco provável" a extradição para a Inglaterra do famoso assaltante do trem pagador, realizado em 1963. Biggs, 65, vive no Brasil há 32 anos.
O Brasil e o Reino Unido assinaram anteontem tratado de extradição que permitiria a deportação de Biggs, condenado a 30 anos de prisão pela Justiça britânica.
Mesmo não acreditando na extradição, os advogados Luís Fernando Geauerd e Edon Vieira Abdala tentarão recorrer da condenação de Biggs, através de um escritório de advocacia na Inglaterra.
O inglês foi condenado a 30 anos, quando a pena máxima naquele país, para esse tipo de crime (assalto) é de 18 anos.
Eles acreditam que o tempo decorrido desde o assalto e a conduta ``ilibada" do inglês no Brasil devem ajudar a impedir a extradição.
Segundo Abdala, Biggs ``mostrou que está recuperado". ``O que importa é a ressocialização, segundo a ótica mais moderna do direito internacional", disse.
Apesar de admitir a situação ``excepcional" de Ronald Biggs no Brasil -ele não tem visto de permanência-, o advogado Geauerd fez questão de lembrar o procedimento do inglês no Brasil.
Durante l9 anos, disse, duas vezes por semana, Biggs apresentava-se à Polícia Federal. Outro motivo que leva os advogados a uma posição otimista é o tempo necessário (no mínimo dois anos) para a ratificação do processo de extradição entre os dois países.
Além disso, argumentou Geauerd, ``os tratados de extradição têm de obedecer às leis dos dois países signatários". No caso do Brasil, a pena máxima prescreve com 30 anos.

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