São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995 |
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Japão tentou fabricar a bomba atômica durante Segunda Guerra
DA "FRANCE PRESSE" O Japão tentou fabricar a bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial, mas não tinha os conhecimentos teóricos necessários, segundo revelou pela primeira vez um dos principais responsáveis pelo projeto, o coronel Tatsubaro Suzuki, de 84 anos."Não conseguimos isolar o urânio-235 (elemento radiativo usado na bomba), mas a investigação teórica já estava extremamente adiantada", disse. Para conseguir a bomba, o Instituto de Investigação Química do Japão (Riken) recebeu 10 milhões de ienes (equivalentes a US$ 2,5 milhões na época). Os japoneses não tinham a noção exata do poder de uma bomba atômica. "Pensávamos em utilizá-la para destruir as bases aéreas da ilha de Saipan, usadas pelos bombardeiros B-29 para atacar o Japão", disse Suzuki. O coronel afirmou que o imperador Hirohito "não teve nenhuma responsabilidade no programa, não assinou nenhum documento nem recebeu nenhum informe". Os estudos começaram no início da guerra e se aceleraram nos meses que antecederam ao ataque americano contra Hiroshima e Nagasaki. Em agosto de 1945, os EUA jogaram duas bombas atômicas contra as cidades no sul do Japão, no primeiro e até hoje único ataque nuclear da história. Depois das explosões, três integrantes das equipes científicas, entre eles Tatsubaro Suzuki, foram às duas cidades para coletar informações sobre a nova arma. "Após ver as vítimas, me convenci de que deveríamos utilizar a bomba apenas contra objetivos militares". Nos últimos dias do conflito, Suzuki recebeu ordens de destruir todos os documentos do programa. Pouco depois do ataque a Hiroshima e Nagasaki, o Japão se rendeu. Um dos mais influentes líderes da direita japonesa durante a Segunda Guerra, Ryoichi Sasakawa, 96, morreu ontem. Ele foi fundador do Partido Fascista japonês. Após a derrota japonesa, foi condenado à morte, mas acabou salvo pelos americanos ao oferecer informações sobre o Partido Comunista. Recentemente, dedicou-se a obras humanitárias. Texto Anterior: Na ONU, japoneses tentam barrar testes Próximo Texto: EUA e Europa negociam uso de força Índice |
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