São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Reeleição; Faltas na CCJ; ISO 14.000; Pernambuco e vestibular; Greve dos carteiros; Fangio e Senna; Recolocação profissional; A crise no Banco do Brasil

Reeleição
``Tanto apreço tenho pela Folha, que me preocupo em dizer que a declaração contida em reportagem publicada em 18/7 não é minha -`Sarney apóia a reeleição de FHC pelo bem do Brasil'. Perguntado em Porto Alegre sobre a reeleição, afirmei: `Este assunto deve figurar na discussão da reforma política. Considero o período de quatro anos muito pequeno. Ou teremos de aceitar a reeleição ou aumentar o período de mandato'. E acrescentei: `Este meu ponto de vista não tem nada de pessoal'. Vê-se que a minha posição era justamente o contrário do que foi publicado, isto é, impessoal, do interesse da administração e sem casuísmo."
José Sarney, presidente do Senado (Brasília, DF)

Faltas na CCJ
``Tomei conhecimento, pela edição deste conceituado jornal do dia 17 de julho, que me são imputadas cinco faltas consecutivas nas sessões da Comissão de Constituição e Justiça, suficientes para justificar meu desligamento desse órgão, na forma do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Ainda na mesma reportagem se afirma que me encontrava, na ocasião, em missão oficial da Câmara e que as faltas em questão foram computadas porque não comunicara eu o motivo da ausência àquela comissão, ainda na forma do mesmo regimento. Ora, as leis têm que ser interpretadas com bom senso. Se a viagem era oficial, encontrava-me, então, a serviço do Legislativo, na forma de decisão da Mesa da Câmara, instância máxima do órgão, inexistindo, pois, a necessidade de comunicação especial a esta ou àquela comissão temática, junto às quais exerço minhas atribuições, para que as faltas não fossem anotadas. A retificação se faz a meu ver necessária, pois a aludida reportagem, lida parcialmente, pode levar o leitor a equívocos no seu julgamento relativamente ao trabalho que desenvolvo no exercício do mandato que me foi conferido pelo povo."
Hélio Bicudo, deputado federal pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Nota da Redação - O artigo 44 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados é claro: ``Sempre que um membro de comissão não puder comparecer às reuniões, deverá comunicar o fato ao seu presidente, que fará publicar em ata a escusa". ²

ISO 14.000
``Inacreditável a rapidez com que as empresas brasileiras têm se inserido nas normas de qualidade exigidas pelos países mais avançados do mundo. Nada menos que 653 organizações já receberam o Certificado de Qualidade ISO 9.000. As projeções nos mostram que, até a virada do século, pelo menos 80% das empresas do país estarão devidamente `diplomadas'. É importante lembrar que no mundo moderno o conceito de qualidade total vai muito além dos sistemas de administração e produção. Ele chega à condição de vida dos seres humanos da empresa. Tanto que foi lançada uma nova série de ISO, a 14.000, que trata justamente do gerenciamento ambiental, um grande passo rumo à qualidade de vida."
Luiz A. Ciocchi, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (São Paulo, SP)

Pernambuco e vestibular
``Quero manifestar mais que minha solidariedade e admiração à coragem de Marilene Felinto. Esta sensação de que nosso Estado parou no tempo se manifesta em toda parte aqui. O Pernambuco das `revoluções' libertárias de Caneca e de Nabuco, da efervescente Escola de Direito, dos debates de Tobias Barreto e Castro Alves teve sua história apropriada por uma elite conservadora, cruel e atrasada. Acho que Marilene Felinto abriu um debate instigante e necessário para um ajuste de contas com nosso presente."
Fernando Ferreira (Recife, PE)

``Tenho 23 anos e desde os 19 vivo bancando a trouxa -afinal, filha de pais semi-analfabetos e pobres, estou na luta por uma vaga na tão disputada USP, tentando cursar geografia. O texto de Marilene Felinto sobre o vestibular foi tão bem escrito, que temos a perfeita visão da injustiça que vivemos na área de educação."
Cristina Teles Gomes (Ribeirão Pires, SP)

Greve dos carteiros
``A Abemd (Associação Brasileira de Marketing Direto) lamenta a paralisação das atividades dos carteiros, o que representa um prejuízo de negócios gerados pelas empresas que utilizam os serviços dos Correios da ordem de R$ 7 milhões por dia parado. Acima dos motivos e da legitimidade ou não do movimento, estão os interesses do país, que, passando por transição tão importante, não pode ter tal prejuízo. A Abemd apela por uma rápida solução que leve à interrupção do movimento."
Pio Borges, presidente da Associação Brasileira de Marketing Direto (São Paulo, SP)

Fangio e Senna
```Ninguém morre quando se vive no coração de alguém'. Fangio e Senna continuarão sempre vivos no coração de todos os amantes do automobilismo. Nossos cumprimentos à Folha e a Janio de Freitas pela carinhosa homenagem ao exemplar Fangio."
Adilson Carvalho de Almeida, diretor presidente da Torcida Ayrton Senna (São Paulo, SP)

Recolocação profissional
``Foi com surpresa que li na Folha que a empresa DBM -Drake, Beam & Morrin é a única no país a oferecer consultoria para recolocação profissional (`outplacement') ou `monitoramento de programas de demissões'. Pois bem, pode ser, e com certeza é, a única americana, porém não é a única a executar esse tipo de serviço no mercado brasileiro. A Garcez & Consultores Associados, de São Paulo, por exemplo, atua na área há dez anos, com metodologia desenvolvida a partir da experiência americana, porém diferenciada, ajustada às características culturais brasileiras. Assim como a Garcez, várias outras empresas brasileiras atuam no mercado de recolocação de profissionais em São Paulo e pelo Brasil afora."
Edmir de Freitas Garcez, diretor-presidente da Garcez & Consultores Associados (São Paulo, SP)

A crise no Banco do Brasil
``Agradeço à Folha e a Janio de Freitas por terem mostrado a verdade sobre o Banco do Brasil no artigo `Diagnóstico preciso', de 14/7, e por terem evitado mais um ato de desespero em nossa família. Meu irmão, pai de três filhos, anda angustiado pelo risco de ser cortado do BB depois de 21 anos de trabalho. Depois de tantos comunicados oficiais do banco, diz, já estava admitindo que era um dos culpados pelos prejuízos da instituição pela qual um dia optou profissionalmente. Acredito assim que o referido artigo possa lhe tirar a culpa pela crise do BB. Tive a oportunidade de estudar as corporações japonesas e percebi o quanto é valorizado o funcionário mais antigo. O BB, que sempre foi um modelo de empresa, opta agora por abandonar o melhor de seu quadro de pessoal, quando se sabe que a origem de sua crise é de outra ordem. Fosse este país mais sério, os responsáveis pelos rombos no BB estariam todos na cadeia, a empresa estaria saneada financeiramente e não haveria tantos pais de família achando que o suicídio é alternativa para preservar seus familiares."
Adriana Mendes da Silva Telles (Rio de Janeiro, RJ)

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