São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Rubin condena veto a ajuda ao México

FLAVIO CASTELLOTTI

FLAVIO CASTELLOTTI; DANIELA FALCÃO
DA CIDADE DO MÉXICO</FD:TEXTO><UN>

O secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, disse que o governo se opõe “energicamente” ao veto da ajuda norte-americana ao México, aprovado anteontem pelo Congresso.
A Câmara de deputados dos EUA aprovou o projeto de lei que impede a utilização de recursos do Fundo de Estabilização Cambial, para socorrer moedas estrangeiras, a partir de 1º de outubro.
Rubin ressaltou que trata-se apenas de um primeiro passo para que a medida vire lei. Ainda falta a aprovação do Congresso e a ratificação do presidente Bill Clinton. O presidente da Reserva Federal dos EUA, Alan Greenspan, também mostrou-se surpreso pela aprovação da medida, pois “o pacote financeiro ao México deu melhores resultados que o esperado”.
Caso a medida se transforme em lei, os EUA estariam impedidos de conceder os US$ 7,5 bilhões que ainda faltam do pacote de US$ 20 bilhões, acordado em fevereiro.
A proposta foi apresentada pelo único congressista independente dos EUA, Bernie Sanders. Ele reuniu a favor do projeto uma coalizão bipartidarista (156 republicanos e 88 democratas). A medida foi aprovada por 245 votos a 183.
O governo mexicano, contudo, assegurou ter recursos suficientes em caixa para saldar seus compromissos até o fim do ano, mesmo se não receber o restante do pacote. A medida não abalou o mercado financeiro mexicano. A Bolsa fechou com alta de 1% e o dólar permaneceu estável.
A decisão da Câmara dos Deputados de vetar o plano de ajuda financeira ao México também foi duramente criticada ontem pelo presidente Bill Clinton.
O porta-voz da Casa Branca, Mike McCurry, chamou os deputados de traidores porque o plano havia sido aprovado tanto por democratas, quanto republicanos.
Se a decisão da Câmara for confirmada pelo Senado, o plano será suspenso em outubro, quando começa o novo ano fiscal nos EUA.

Colaborou Daniela Falcão, de Nova York

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