São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Atlanta trabalha para fugir do prejuízo

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

O Comitê Organizador da Olimpíada de Atlanta (Geórgia, EUA) tem um grande desafio até o fim do ano: achar patrocinadores para arrecadar US$ 1,58 bilhão -custo estimados dos Jogos de 1996.
Até agora, 20 grandes companhias já se envolveram. Entre elas, Coca-Cola, Kodak, Xerox, IBM, McDonald's, Panasonic, Swatch, AT&T e Budweiser.
Mas faltam empresas de médio porte, que deveriam colaborar com 25% do orçamento. O Comitê espera conseguir a participação de pelo menos 30 empresas. Por enquanto, conta com apenas 13.
Apesar de os organizadores garantirem que ``os Jogos estão dentro do orçamento", a estimativa dos lucros foi reduzida de US$ 156 milhões para US$ 60 milhões.
Para Bill Crane, diretor de marketing da Câmara de Comércio de Atlanta, isso não significa dificuldades em arranjar patrocinadores.
``Queremos que os Jogos sejam inesquecíveis. Por isso, os gastos foram grandes", afirmou Crane.
O grande desafio do Comitê é evitar o prejuízo, como aconteceu nos Jogos de Montreal (Canadá), em 1976. Na ocasião, o déficit final chegou a US$ 1 bilhão.
``Não vamos ter o mesmo lucro que Los Angeles (1984), mas também não teremos prejuízo", disse Scott Mall, diretor de comunicações do Comitê Organizador.
Segundo Mall, os Jogos de Atlanta serão menos lucrativos que os de Los Angeles porque lá já havia complexos esportivos que atendiam às exigências do Comitê Olímpico Internacional.
``Só na construção do estádio olímpico, gastamos US$ 170 milhões", afirmou Mall.
Parte da comunidade de Atlanta faz restrições aos investimentos. A Coalizão Nacional para os Desabrigados (organização não-governamental) informou que 5.000 casas populares deixarão de ser construídas por causa dos Jogos.
Para Mall, a acusação da ONG é ``injusta". ``Tudo o que construírmos ficará para Atlanta", disse.

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