São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Rodízios se multiplicam sem criatividade

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Parece inesgotável a fome de São Paulo pelos rodízios de carne. Como também parece não ter fim a capacidade deles de se multiplicar, mesmo sem trazer nada de novo. Mas o público gosta -como mostra o novo Jardineira Grill, inaugurado há dois meses.
Não se trata exatamente de um novato. O Jardineira Grill é irmão de duas outras casas do mesmo estilo -as churrascarias Boi Preto e Villa's.
As três churrascarias têm em comum, além do cardápio e do estilo, seus três proprietários.
São eles o português José Silva Monteiro, 51, que debutou na área gastronômica como sócio da churrascaria Sampa, em 1983; e os gaúchos Ademir Perin, 45 (há mais de vinte anos no ramo) e Haroldo Francisco de Melo, 30, que começou também na Sampa, ainda como garçom.
A união dessa equipe se deu em 1990, quando se associaram para inaugurar o Boi Preto. No caso da Villa's e, agora, da Jardineira Grill, têm outros sócios em cada uma; mas a fórmula é basicamente a mesma.
A infra-estrutura é bem-organizada; espaço grandioso; piano-bar; salão para 200 pessoas e outro privativo para mais cem; estacionamento com manobristas; mesas e poltronas espaçosas; decoração com muito granito polido, muita madeira escura nos móveis, vidros chapeados -num visual padronizado e sem glamour.
Tudo isso é o cenário para o desvario da carne típico dos rodízios -locais onde o apelo à voracidade e à quantidade submerge veleidades gastronômicas.
O bufê de frios é bem-fornido -há queijos, presunto cru, fundos de alcachofra, terrine de salmão e, seguindo a atual tendência de atrair a clientela pela variedade, também vários pescados. Trutas servidas em fatias como sashimi; enormes camarões cozidos na cerveja; bacalhau gratinado...
A picanha é argentina, como o contrafilé; os outros cortes tradicionais dos rodízios parecem de boa procedência (maminha, alcatra, cupim...). Leitão pururuca, salmão na brasa, perna de cordeiro (passada demais) são outras ofertas, num universo onde já não há mais muito o que inventar.

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