São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Globo exibe programa sobre o regime militar

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

A TV Globo vai apresentar hoje à noite um Globo Repórter que estava há dois anos e meio guardado em seus arquivos. O tema é a identificação de corpos em um cemitério clandestino de São Paulo, usado nos anos da ditadura para enterrar vítimas da repressão política.
O programa foi produzido pelo repórter Caco Barcellos, que identifica oito corpos de pessoas dadas como desaparecidas durante o regime militar. Os motivos para seu arquivamento nunca foram claros -não havia uma determinação proibindo sua exibição.
No início da semana, o novo diretor da Central Globo de Jornalismo, Evandro Carlos de Andrade -que assumiu o cargo no lugar de Alberico Sousa Cruz, demitido semana passada- pediu para ver o programa e decidiu exibi-lo hoje.
O programa teve que ser atualizado às pressas. Depois de dois anos e meio engavetado, havia alguns problemas. Uma das entrevistadas na época, por exemplo, mãe de um dos desaparecidos identificados, já morreu.
Caco Barcellos foi acionado em Londres para refazer partes do texto. O programa havia sido editado por Ernesto Rodrigues, na época no Globo Repórter e atualmente diretor da sucursal londrina da Globo. Rodrigues levou em sua mudança para a Inglaterra uma cópia por considerá-lo um dos melhores que havia editado.
Uma cópia da nova versão deveria ser transmitida ontem à noite via satélite para a sede da emissora no Rio. A previsão era de que o programa fosse editado hoje, para ser exibido à noite.

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