São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995
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Manifestantes fazem documento

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os agricultores acampados em Brasília desde terça-feira reagiram às declarações do governo de que eles não têm propostas concretas para as dívidas antigas do setor.
Ontem, no início da manhã, eles protocolaram novo documento no Palácio do Planalto onde, segundo lideranças, ``explicitaram" as reivindicações.
A principal delas é a transformação das dívidas antigas, contraídas antes do Plano Real, em equivalência-produto.
Eles querem que sejam recalculadas estas dívidas para que sejam pagas com as safras futuras, em até dez anos, com outros dois de carência.
O documento de ontem é assinado por representantes de 18 Estados.
O texto afirma que eles mantêm todos os documentos anteriores -como o entregue ao presidente interino, Marco Maciel, na quarta-feira.
Assim como os anteriores, este documento não pede a saída do ministro Andrade Vieira (Agricultura), apesar da insatisfação da maioria dos manifestantes com a sua gestão.
``Não há divisões nem novas reivindicações. É uma linha só. A diferença é que este (último) documento foi escrito na Esplanada dos Ministérios", afirmou Hermes Trald, um dos coordenadores do movimento.
Em resposta ao presidente Fernando Henrique Cardoso que chamou alguns dos manifestantes de ``caloteiros", Antônio Eloy Paz, presidente da Associação dos Arrozeiros de São Borja (RS), disse que o governo sabe perfeitamente quem é caloteiro.
``O governo que diga quem eles são e os puna. Ele não pode é ser inflexível e não é justo que ele use esse tipo de artifício", afirmou Eloy Paz.

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