São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995 |
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Pesquisa diz que 42% não usam camisinha
AURELIANO BIANCARELLI
Os números aparecem em pesquisa feita pelo Instituto Kaplan junto a 169 homens adolescente e adultos moradores da capital e interior. ``A amostra é pequena, mas confirma médias verificadas em outras pesquisas", diz a psicóloga Márcia Dias de Lima, que coordenou o trabalho. Os números do consumo indicam que o uso pode ser ainda menor. Somando as camisinhas vendidas e as distribuídas pelo governo e outras entidades, o brasileiro deve consumir, no máximo, 120 milhões de unidades em 95. ``Dá uma caixinha de três unidades para cada pessoa sexualmente ativa ao longo de 365 dias", calcula Antonio Cortazzo, diretor adjunto do Ipem, Instituto de Pesos e Medidas do governo do Estado. ``É quase nada." No Japão, o consumo é 20 vezes maior. Na Europa e EUA, é pelo menos dez vezes superior. ``Existem hoje 56 milhões de norte-americanos com alguma doença sexualmente transmissível", diz o médico Caio Rosenthal. ``Destes, 30 milhões são adolescentes." Significa que também lá o uso do preservativo está longe de ser uma prática corrente. Significa também que no Brasil -onde faltam estatísticas- a situação pode ser muito pior. ``Quem pega clamídia ou tricomona -as mais comuns das doenças sexuais- também pode pegar sífilis, hepatite B ou Aids, infecções que não têm cura", lembra Rosenthal. Na pesquisa realizada pelo Kaplan -um instituto de estudos em sexualidade de São Paulo-, 31% disseram que o uso da camisinha prejudica o prazer. Em outra pergunta, 36% afirmaram que a camisinha atrapalha a relação. E 27% disseram que há uma ``quebra do clima" na hora de colocá-la. ``A pesquisa mostrou que a grande maioria está informada, mas apenas um terço adotou novos comportamentos", disse Márcia. Segundo ela, vários bissexuais entrevistados disseram que não usam preservativos mesmo com parceiros desconhecidos. Texto Anterior: Governo pára de financiar construção de novo prédio Próximo Texto: 'Sabendo usar, não estoura' Índice |
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