São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995
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Cavallo desconsidera redução salarial

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, desconsiderou a proposta de redução dos salários dos trabalhadores.
A proposta foi apresentada por representantes da UIA (União Industrial Argentina) como alternativa para evitar futuras demissões.
``O problema dos níveis salariais e das condições de trabalho é dos empresários e dos dirigentes sindicais, que representam os trabalhadores", disse ele.
Dentre as medidas que o governo vai adotar para combater o desemprego está a reforma das leis de trabalho. Cavallo quer diminuir os impostos ao trabalho e os encargos sociais das empresas.
Dessa forma, acredita poder estimular a preservação ou recuperação de postos de trabalho. outra medida prevista é o incremento da construção civil, com projetos habitacionais de grande escala.
Cavallo admite que a situação do crédito deve ser recuperada até setembro. Analistas afirmam que as instituições financeiras devem voltar a emprestar somente depois de concluída a reforma bancária.
Ou seja, o governo terá antes que definir o destino das instituições que continuam a negar a remuneração dos investimentos de seus clientes e das que estão suspensas pelo Banco Central.
O chefe de gabinete de ministros, Eduardo Bauzá, afirmou ontem aos empresários argentinos que a taxa de desemprego deve cair em dois pontos percentuais na próxima pesquisa, a ser divulgada em agosto.
O presidente Carlos Menem atribui o alto desemprego argentino a causas externas.

Prisão
O cunhado do ministro Cavallo, Alfredo Abrazián, foi preso ontem na cidade de Posadas, na Província de Missões. A Justiça local não divulgou, até às 19h de ontem, o motivo da prisão.
Abrazián é dono da rádio ``FMShow" há dois anos e forte crítico da administração do governador da Província, Ramón Federico Puerta. É casado com a irmã de Cavallo, Sonia.

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