São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995
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Vingança impossível

JUCA KFOURI

Nada vingará a frustração da derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950. Ou melhor: só uma outra final de Copa do Mundo, no Estádio Centenário de Montevidéu, com o Uruguai jogando pelo empate e o Brasil virando o jogo poderá fazê-lo. Uma coisa tão improvável como os Estados Unidos ganharem a taça da Fifa neste século.
Mas sempre que se aproxima uma partida decisiva entre as seleções brasileira e uruguaia o clima de revanche é revivido.
Foi assim em 1970, quando o Brasil acabou derrotando a Celeste nas semifinais da Copa do México. ``Estamos vingados", decretaram alguns. Não estávamos.
O repeteco dessa história, que se repete como farsa, aconteceu na finalíssima da Copa América de 1989, no Maracanã. Antes do jogo, a falsa apreensão, porque fabricada, diante da possibilidade de acontecer de novo uma derrota brasileira em casa para os uruguaios, como se a importância do evento fosse a mesma.
Não aconteceu, o Brasil ganhou com um solitário gol de Romário e, prova de que a vingança não acontecera no México, muitos a anunciaram novamente. Imagina se a única façanha da Era Lazaroni poderia fazer esquecer a tragédia de quase 40 anos antes. Nem pensar.
Para azar dos vingadores, em 1993, Brasil e Uruguai decidiram no Maracanã quem iria para a Copa dos Estados Unidos. Como em 1950, um empate bastava ao Brasil. Romário fez dois gols naquela que Carlos Alberto Parreira considera a melhor partida da seleção sob sua gestão -e foi mesmo. O Brasil ganhou bem e outra vez o que teve de gente se vingando foi uma beleza.
Eis que nem passados dois anos após as eliminatórias as duas equipes estarão frente a frente neste domingo para decidir uma nova Copa América. E já tem quem esteja falando em vingar 50.
Não vingaremos. Quem sabe em 2950.

Joaquim Cardoso, presidente do recém-criado Instituto Nacional de Desenvolvimento do Esporte (Indesp) e primo do presidente Fernando Henrique Cardoso, negou-se a exonerar seu chefe de gabinete, coronel Otávio Teixeira -que não tem nenhum parentesco com Ricardo, da CBF, mas, entre outras desavenças, o defendia pelos corredores do Indesp. Por isso, o ministro Pelé decidiu exonerar Cardoso também.
Ricardo Pereira, ex-correspondente da Rede Globo em Londres, será o próximo diretor de esportes da emissora. Novos tempos.

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