São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995 |
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Filme é baseado em biografia de crítico
ELAINE GUERINI
O livro retrata a vida do irreverente crítico do início do século, mas o destaque do filme é mesmo a impetuosa Dora Carrington, interpretada por Emma Thompson. ``Por trás de toda a sua devoção a Strachey, o que poderia sugerir sua submissão, Carrington é uma mulher muito forte e determinada. Até o seu suicídio eu encaro como uma ousadia. Algumas pessoas vêem isto como um ato desesperado. Eu não concordo", afirmou a atriz. Ela interpreta o suicídio da personagem (logo após a morte de Strachey) como uma prova de sua teimosia e de seu espírito livre. ``Consciente de suas vontades, ela não se intimidou em escolher o dia de sua morte." Para Emma, as últimas palavras que Carrington escreveu em seu diário resumem bem sua filosofia de vida: ``Primeiro, ele faleceu. Ela tentou, por algum tempo, sobreviver sem ele. Não gostou e morreu." Apesar da homossexualidade assumida de Strachey, os dois têm um caso -com direito a amantes para as duas partes, é claro. ``Só que, enquanto Strachey está sempre em busca de novos parceiros, Carrington encontra no sexo uma forma de consolo", diz Emma. Entre os jovens que cruzam o seu caminho estão o artista plástico Mark Gertler (Rufus Sewell), o primeiro a se incomodar com a virgindade de Carrington no início da história, e Ralph Partridge (Steven Waddington), com quem a pintora resolve se casar (motivo: Strachey era apaixonado pelo jovem). Sem contar com Gerald Brenan (Samuel West), um amigo de Partridge que se torna amante de Carrington. "Mais que uma história de amor, o filme é um exercício sobre a sexualidade feminina". Emma aposta na força de "Carrington", mas prefere não arriscar um palpite quanto à reação do público. "É sempre muito difícil saber se um trabalho vai agradar ou não. O sucesso é sempre imprevisível". A atriz garante que nem mesmo sabe o motivo de seu próprio sucesso, principalmente em Hollywood. "Para falar a verdade, eu nunca me importei com isso. Foi um acidente, assim como todas as coisas boas da vida. Nunca perca tempo planejando, querendo muito uma coisa. Assim é difícil conseguir." (EG) Texto Anterior: Thompson volta mais ousada em "Carrington" Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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