São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Usina demora 20 anos para ser concluída

JOÃO OSWALDO LEIVA FILHO
DA REDAÇÃO

Três hidrelétricas que começaram a ser construídas há 16 anos em São Paulo, sob responsabilidade da Cesp, ainda não foram totalmente concluídas. Dependendo de suas dimensões, uma usina pode demorar até dez anos para funcionar com toda sua capacidade.
Quando operarem a plena carga, Porto Primavera, Taquaruçu e Rosana vão agregar um potencial de geração de energia de cerca de 2.340 MW (megawatts) ao sistema -suficiente para atender cerca de 6,4 milhões de residências.
A usina começou a ser construída em 79. Previa-se sua entrada em operação em 85, há dez anos.
A falta de recursos impediu o cumprimento do prazo. Como o consumo não sofreu forte aceleração nesse período, o atraso não comprometeu o abastecimento.
Em 92, a Eletrobrás já previa o início das operações para maio de 96 -11 anos depois da data prevista. O prazo, revisto em 93, postergou a entrada em funcionamento para setembro de 96. Houve nova avaliação em 94 e novo adiamento: desta vez para maio de 97.
Hoje considerada fundamental no planejamento do setor, Porto Primavera, na melhor das hipóteses, terá sua primeira turbina (101 MW) acionada em maio de 1998.
A usina deve operar com sua capacidade máxima 20 anos depois de iniciada. A obra consumiu R$ 3 bilhões e faltam R$ 2 bilhões.
``Mas a Cesp não tem esse dinheiro", diz Mauro Arce, diretor da estatal. Em setembro será lançado edital para o término da obra.
Taquaruçu e Rosana entraram em operação em 92 e 87, respectivamente. Em 95 Rosana será concluída e Taquaruçu terá sua penúltima turbina acionada.
Sul
Situação semelhante ocorre com as termelétricas a carvão de Jacuí (350 MW) e Jorge Lacerda 4 (350 MW) e com a hidrelétrica de Itá (1.450 MW), na região Sul.
Jorge Lacerda 4, há dez anos em construção, deve entrar em operação em 96. Em 89, a previsão era que ela funcionaria em 92.
Jacuí, hoje paralisada, começou a ser construída em 86 e depende de capital privado para ser entregue. Itá, em obras desde 88, deve ser acionada a partir do ano 2000, também com recursos privados.
As previsões são da Eletrosul, responsável pelas obras.
(JOLF)

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