São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Tucanos planejam ataque ao PMDB

MARTA SALOMON
ENVIADA ESPECIAL A LISBOA

A estratégia de crescimento do PSDB, traçada pela cúpula tucana com o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso, abalará o maior partido do país, o PMDB, mas preserva o atual espaço do PFL, outro parceiro da base política do governo.
``O PMDB sairá abalado", avaliou ontem o presidente do PSDB, senador Artur da Távola (RJ). Para a cúpula tucana, também sairão arranhados com seu projeto os interesses do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que tem influência sobre fatia do PFL.
O PMDB -que detém a maior bancada da Câmara e no Senado, e de onde saiu o grupo que fundou o PSDB- deverá minguar, segundo as projeções tucanas.
``É um partido arenoso", classificou o ministro Sérgio Motta (Comunicações), um dos articuladores do projeto de crescimento do PSDB para torná-lo o partido hegemônico de centro-esquerda.
Os tucanos acreditam que o governo não corre o risco de perder os votos da parcela do PMDB que se aliou a FHC durante a primeira etapa da reforma constitucional. ``O PMDB é o partido mais instável da aliança", calculou Távola.
O PSDB está negociando a adesão dos governadores Antônio Britto (PMDB-RS), Jaime Lerner (PDT-PR) e Dante de Oliveira (PDT-MT), além do atual prefeito do Recife, Jarbas Vasconcellos (sem-partido). São consideradas adesões ``por atacado" porque levam junto seus grupos políticos.
Caso os novos filiados exijam, o PSDB trocará de nome e de programa para ampliar seus quadros. FHC já anunciou que não faz questão do nome da legenda, desde que o partido se mantenha fiel às mesmas idéias e preocupado com as conquistas sociais. Em viagem a Portugal, Motta revelou uma das sugestões de nomes: SDB -Social Democracia Brasileira.

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