São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Teste de popularidade mostra menor rejeição

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL

Depois que ganhou o direito de passar o dia fora da prisão, há um mês, PC costuma testar sua popularidade nas ruas de Maceió.
Na quinta-feira passada, ele guiava lentamente o seu carro, a caminho do Instituto Penal de São Leonardo, na periferia da cidade, para se submeter a uma dessas provas.
Ao ser reconhecido, foi saudado por acenos favoráveis e até alguns gritos de ``viva PC".
Conta que são cada vez mais raros os xingamentos, vaias e desaforos que ouvia com muita frequência no tempo em que exercia, segundo ele, o papel de vilão número um do país.
Tem curiosidade para medir essa popularidade fora dos domínios da chamada ``República de Alagoas", mas acha que ainda é cedo.
Para quem não podia nem sair de casa, PC avalia que já é um bom começo.
Até o medo dos amigos de aparecer ao seu lado, de acordo com PC Farias, tem diminuído.
Na missa de quinta-feira à noite, celebrada em Maceió pelo aniversário de um ano da morte da sua mulher, Elma Farias, o empresário voltou a conviver com amigos da chamada ``sociedade alagoana" que não via havia algum tempo.
Embora a preocupação com as reações das pessoas tenha diminuído, o temor do ex-tesoureiro da campanha de Collor ainda é grande em relação à possibilidade de um sequestro.
Esse medo o acompanha desde as primeiras acusações sobre seu patrimônio, durante as atividades da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do PC, em 1992.
``As pessoas pensam que eu tenho muito dinheiro mesmo", diz. O temor faz com que ele tome alguns cuidados, como andar com pelo menos dois seguranças em algumas ocasiões.
O cuidado é redobrado com os dois filhos: Paulo e Ingrid. Eles chegam a reclamar do pai sobre o cerco dos seguranças.

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