São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Frente de governadores acirrou guerra fiscal

Encontro excluiu SP e atropelou proposta do governo

RUI NOGUEIRA
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reforma tributária que a equipe econômica engendra nos gabinetes de Brasília foi atropelada na semana passada por um grupo de cinco governadores, reunidos no Rio de Janeiro. Ao deixar São Paulo de fora da reunião, eles exacerbaram a chamada guerra fiscal, já suficientemente aquecida pela disputa que os Estados travam por investimentos públicos.
Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Minas e Rio se posicionaram contra a proposta do governo FHC de federalizar a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) -a idéia é transferir para a esfera federal a atribuição de definir as regras de cobrança do ICMS.
Favorável à tese da federalização, Covas não era bem-vindo à reunião. Os governadores querem manter a prerrogativa de conceder vantagens a empresas que investirem em seus Estados.
Às voltas com a disputa entre os governadores, Fernando Henrique foi na terça para Portugal com a missão de acalmar o inflamado Itamar Franco que, na véspera do início da visita oficial àquele país, torpedeou o governo.
Na Brasil, na ausência de FHC, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou uma nova política para os fundos de investimentos. Regra básica: quanto mais tempo o investidor deixar o dinheiro aplicado, maior será o rendimento.
Os fundos que existem hoje serão todos extintos a partir do dia 29 de dezembro. Os novos fundos começam a ser oferecidos pelos bancos a partir de 1º de agosto.
O governo fechou a semana com um suspiro de alívio. Terminou sem qualquer incidente o ``caminhonaço" dos agricultores que ocuparam Brasília desde terça-feira para protestar contra a cobrança da TR (Taxa Referencial de Juros) nas dívidas do crédito rural.

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