São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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FHC nega aumento de tarifas públicas

Segundo ele, estatais devem produzir mais e cortar gastos

MARTA SALOMON
ENVIADA ESPECIAL AO PORTO

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, durante visita a Portugal, que o aumento de tarifas públicas controladas pelo governo federal -luz, telefone, Correios e combustíveis- está ``fora de cogitação".
FHC não deixou claro até quando será possível segurar esses preços no patamar fixado há um ano.
``A possibilidade de aumento das tarifas públicas prejudicaria o processo de controle da inflação", disse. FHC afirmou que, mesmo sem o aumento dos preços, as empresas estatais estão sendo compensadas pelo aumento de produtividade e pelo corte de gastos.
Os reajustes dos preços públicos que estão sob controle dos Estados (água e transporte, por exemplo) serão os responsáveis pela elevação da taxa de inflação em julho.
O ministro Sérgio Motta (Comunicações) disse que tarifas do seu setor não vão aumentar. No entanto, os preços de serviços como Disque 900 sofrerão reajuste.
O secretário de Energia de São Paulo, David Zylbersztajn, que integra a comitiva presidencial, disse que a situação das tarifas é ruim mas não vê perspectivas de alteração. "O homem (FHC) não quer e não vai mexer, afirmou.
Pouco antes de embarcar de volta ao Brasil, o presidente disse que o principal problema que enfrentará no país é a reforma tributária.
``O Brasil tem de dar esse passo decisivo e achar meios de se financiar melhor para fazer o que é preciso -educação, saúde e coisas concretas para o povo", avaliou.
``Sem dinheiro, não se consegue." FHC minimizou as resistências de governadores contra mudanças nas regras do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. ``Isso não é guerra, é guerrinha e vamos acertar."

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