São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Internet liga brasileiros ao sexo cibernético

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Internet, rede mundial que une computadores em 120 países 24 horas por dia, está conectanto o brasileiro com o sexo e a pornografia cibernética do mundo.
Embora a Internet permita acesso a cerca de 45 mil assuntos, 60% das consultas à rede são para o tema sexo, de acordo com levantamento do fabricante de equipamentos Unisys.
Não existem números disponíveis sobre a atividade nacional na Internet, mas especialistas acreditam que no Brasil 100% do usuários já acessaram a pornografia da rede pelo menos uma vez.
Existem rotas distintas para a navegação. É possível apenas conversar sobre sexo ou acessar fotos, que variam do erotismo sugerido ao sexo grupal ou bestial, como se o computador fosse uma revista eletrônica. Acessar uma conversa, com apenas uma outra pessoa ou um grupo, geralmente não leva muito tempo, quando não é instantâneo.
Mas navegar em determinadas linhas de sexo, as que mostram fotos, principalmente, é um teste de paciência para o usuário.
A reportagem da Folha tentou acessar as fotos da ``Playboy" americana e teve que esperar quatro minutos.
Para ver fotos mais ``pesadas" de mulheres nuas, da ``Hustler", a demora foi de 15 minutos.
A maior espera foi para a revista ``Playman" italiana (nu masculino). A primeira fotografia só surgiu 48 minutos depois de iniciada a operação.
Marcus Pinheiro, gerente de Internet da empresa Unisys, diz que a rapidez para acessar determinada linha depende da quantidade de pessoas que está tentando entrar e da potência do equipamento -do usuário e de quem lança as informações na rede. ``A linha mais quente da Internet é a Hot Sex. Está sempre ocupada."
Paulo André de Andrade, gerente de estratégia e suporte da IBM, afirma que o maior entrave para mais pessoas no Brasil ingressarem na Internet ``é a falta de linhas para suportar o uso internacional".
Para entrar na rede usando uma linha telefônica internacional, o usuário, no mundo inteiro, paga como se estivesse fazendo um ligação telefônica local.
Segundo Arnaldo Mandel, professor de ciência da computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, ``todo mundo que entra na teia procura o sexo". ``Essa curiosidade é um dado do ser humano. A questão é se essa pessoa vai continuar acessando o sexo, depois de satisfeita a curiosidade.

LEIA MAIS
Sobre sexo por computador da pág. 2 a 4

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