São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Atendimento pré-hospitalar quer acelerar os resgates

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O sistema de resgate a vítimas de acidentes e de emergências médicas da cidade de São Paulo está tentando aprimorar seu trabalho para fazer com que o socorro especializado chegue ao local da ocorrência em menos de seis minutos.
Quatro a seis minutos é o tempo crítico -período em que o cérebro consegue resistir sem oxigenação e sem suprimento adequado de sangue. Depois desse intervalo, podem ocorrer sequelas irreversíveis e até morte cerebral.
O assunto foi tema do 1º Salão Brasileiro de Tecnologia em Resgate que aconteceu no início de julho durante a Exposaúde 95, no Palácio das Convenções do Anhembi (São Paulo).
Segundo o major Arlindo dos Santos Júnior, chefe da seção operacional do Corpo de Bombeiros, não basta ter pressa para se alcançar um resgate com sucesso.
É preciso unidades adequadamente equipadas, pessoal treinado, um bom sistema de intercomunicação e uma rede hospitalar preparada para dar rápida assistência.
O atendimento pré-hospitalar (resgate) trabalha com equipes treinadas para manter as condições de suporte à vida até que um hospital seja alcançado.
``É um conceito completamente diferente de uma simples remoção feita por ambulâncias", afirma Carlos Alberto Eid, médico especialista em resgate no trânsito.
Desde a implantação do sistema de resgate (há cerca de cinco anos), o tempo de socorro diminuiu. Na capital, uma unidade chega hoje, em média, em sete minutos ao local da ocorrência.
Quem necessita de socorro especializado em São Paulo conta com dois sistemas de resgate que trabalham de forma integrada.
O sistema estadual (tel. 193) é resultado de um convênio entre a Secretaria da Saúde e a Secretaria da Segurança Pública do Estado.
O 193 conta com 150 unidades em todo o Estado, 25 delas operam na capital. Além disso, há duas unidades de suporte avançado, com médicos, para os casos graves. As unidades de suporte atendem a menos de 2% das chamadas. Um helicóptero é responsável pelo resgate aéreo. As chamadas são aguardadas nos postos dos Bombeiros.
Uma central recebe as chamadas e aciona as unidades que estão mais próximas ao local. A central funciona 24 horas por dia e conta com um médico de plantão, que orienta os bombeiros que estão encarregados do resgate.
O sistema de resgate municipal (tel. 192) conta com 63 unidades. Existe uma central telefônica que coordena as ações. As unidades ficam nos hospitais e prontos-socorros do município. De modo geral, as emergências em que há algum tipo de acidente são socorridas pelo 193 e as emergências clínicas (parada respiratória, derrames etc) são atendidas pelos dois sistemas.

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