São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Venda de armas legais no Brasil sofre queda de 50% em dez anos

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O aumento da criminalidade nos grandes centros urbanos não foi acompanhado de um crescimento na venda legal de armas de cano curto (revólveres e pistolas).
Segundo o presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, Carlos Murgel, nos últimos dez anos o mercado deste tipo de arma caiu quase 50%. Segundo Murgel, há dez anos cerca de 220 mil revólveres e pistolas eram vendidos por ano no Brasil. Este número caiu, afirma ele, para cerca de 120 mil por ano.
Murgel é também presidente da Forjas Taurus, o maior fabricante brasileiro de revólveres e pistolas.
A queda do mercado interno é confirmada pelo gerente-geral de marketing da Amadeo Rossi, Vicente Roque Daudt. A Rossi é a principal concorrente da Taurus. Juntas, as duas empresas têm quase 100% do mercado.
Segundo Daudt, a exportação representou 81,2% do faturamento da Rossi no ano passado. Segundo ele, há cerca de dez anos o mercado externo era responsável por cerca de 40% do faturamento.
A exportação foi também a saída encontrada pela Taurus: Murgel estima em 80% o percentual do faturamento obtido graças à exportação.
Para Murgel, as causas da queda são as dificuldades impostas pelos Estados para a comercialização de armas e o aumento do contrabando. Segundo ele, as armas importadas clandestinamente ocuparam boa parte do mercado deixado pela queda nas vendas regulares.
A arma contrabandeada tem duas vantagens: o preço e a inexistência de qualquer controle.

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