São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Usuário critica estudo sobre pornografia

MARIA ERCILIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A reportagem de capa da revista "Time", "Cyberpornografia", publicada em 26 de junho, incendiou a discussão em torno do tema pornografia na Internet nos EUA.
O estudo no qual a reportagem se baseou, "Marketing Pornography on the Information Superhighway", teve parte de seus resultados publicados com exclusividade pela "Time".
Desde então, descobriu-se que o autor da pesquisa, Martin Rimm, tinha também realizado um estudo aos 16 anos, na escola, que mostrava que 65% de seus colegas já tinha participado de jogo ilegal em cassinos.
Rimm escrevera ainda um livro intitulado "O Livro do Pornógrafo: Como Explorar Mulheres, Enganar Homens e Ganhar Montes de Dinheiro", utilizando dados colhidos na pesquisa, do qual vários trechos foram reproduzidos e colocados na Internet.
O estudo, financiado pela Universidade Carnegie Mellon (EUA), analisava imagens pornográficas e suas descrições na Usenet (conjunto de grupos de discussão e troca de imagens na Internet) e em BBS pornográficos.
O fato de ter sido apresentado pela "Time" como uma evidência de que o tráfego de pornografia por computador é enorme suscitou críticas, principalmente entre os usuários da própria rede. Na semana em que a "Time" saiu, surgiram contestações à sua validade e ética em mensagens na rede.
A estatística de que 83,5% dos arquivos da Usenet é de imagens pornográficas, por exemplo, pode ser contraposta a outra: as imagens pornográficas representam 0,5% de todas as mensagens que circulam na Internet.
A "Time" acaba de publicar artigo do mesmo autor da capa polêmica, Philip Elmer-DeWitt. Segundo a "Time", a Carnegie Mellon constituiu um comitê para examinar o estudo de Rimm.

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