São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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EUA aprovam emenda que controla rede

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A maré de imagens pornográficas que invadiu a Internet gerou uma forte reação nos Estados Unidos.
Pais que se orgulhavam das horas gastas pelos filhos em frente à tela do computador entraram em choque ao descobrirem o que estava por trás de tanto interesse.
Quando, no fim do ano passado, surgiram os primeiros casos de crianças sexualmente molestadas por ``amigos mais velhos" que haviam feito via Internet, rede que liga mais de 35 milhões de usuários em todo o mundo, o choque virou pânico e foi parar no Congresso.
Em dezembro de 94, o senador James Exon, do Partido Democrata, apresentou uma emenda que propunha a criação de mecanismos para impedir o acesso de crianças ao material pornográfico da rede.
Em entrevista à Folha, Exon disse que a idéia de elaborar uma lei que proibisse que menores de 18 anos entrassem nos programas pornográficos da Internet surgiu de conversas que teve com seus quatro netos.
``Todos eles adoram computador. Foi através do que eles me contaram sobre imagens que haviam captado que eu comecei a me dar conta de que não havia qualquer controle sobre o que as crianças faziam na rede", diz Exon.
Durante seis meses, o senador coletou imagens retiradas da Internet em que apareciam cenas, entre outras coisas, de sadomasoquismo e bestialismo.
A coleção de Exon -que ficou conhecida como ``blue book" (livro azul)- teve efeito imediato entre seus colegas no Senado.
Assim que o material foi apresentado, a emenda -chamada de ``Ato de Decência nas Comunicações"- entrou na pauta do dia.
Em 14 de junho, foi aprovada com folga: 84 senadores votaram a favor e 16 contra.
Para virar lei, o Ato de Decência ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e receber o aval do presidente Bill Clinton. A votação na Câmara deve acontecer em duas ou três semanas.
Para Exon, a emenda fará tanto sucesso entre os deputados quanto fez entre os senadores. Ele também acha que contará com o apoio de Clinton.

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