São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995 |
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Cresce captação de recursos no mercado internacional
DA REPORTAGEM LOCAL As empresas brasileiras captaram no mercado financeiro internacional no mês de junho US$ 2,04 bilhões. Nos primeiros cinco meses do ano, a captação média foi de US$ 375 milhões por mês.A captação é feita por meio do lançamento de títulos de renda fixa -principalmente eurobônus e commercial paper-, que pagaram, na maioria dos casos, entre 8% e 12% ao ano. Segundo levantamento da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), a captação de recursos no exterior cresceu 293% de maio para junho. O crescimento da captação é explicado principalmente por causa da queda das taxas de juros dos títulos de 30 anos da dívida norte-americana (veja quadros ao lado). Isso porque os investidores estrangeiros procuram no mercado aplicações mais rentáveis, como os títulos de países de economia emergente, como o Brasil. Por outro lado, há a superação por parte do mercado internacional da crise mexicana, que ocorreu em dezembro do ano passado e também atingiu a credibilidade da economia brasileira. O Banco BBA-Creditanstalt, por exemplo, realizou ontem no mercado internacional emissão de eurobônus (títulos de renda fixa) em valor total de US$ 50 milhões. A emissão é um marco em termos de títulos de prazo longo (oito anos) e com a menor taxa de juros -9,21% ao ano- desde dezembro. Os papéis têm prazo de vencimento em julho de 2.003. O presidente do Banco BBA, Fernão Bracher, diz que a crise do México, em dezembro, provocou uma paralisação na captação de dinheiro no mercado internacional. Os investidores estrangeiros deixaram de comprar os papéis de países latino-americanos. No início do segundo trimestre, voltaram as captações, mas com juros altos. A captação do BBA mostra já ser possível realizar emissões de títulos com juros menores e prazos maiores no mercado internacional, diz Bracher. O Banco Rendimento vai emitir nos próximos dias no mercado internacional eurobônus (títulos de renda fixa) no valor de US$ 15 milhões com prazo de dois anos e com juros de 11% ao ano. Gilberto Faiwichow, diretor do Rendimento, diz que o principal objetivo da operação é repassar o dinheiro para os clientes em empréstimos com correção cambial. Para ele, a colocação no mercado internacional deve atingir também o objetivo de tornar o Banco Rendimento -controlado pela empresa de eletroeletrônicos CCE- conhecido junto a investidores institucionais (como os fundos de aposentadoria complementar) no exterior. Segundo ele, o momento é oportuno pois os investidores têm procurado diversificar suas aplicações em papéis principalmente de instituições brasileiras. A S&P (Standard & Poors), uma das maiores agências de classificações de crédito do mundo, elevou a cotação da moeda brasileira de B para B+. As classificações da S&P são acompanhadas pelos mercados financeiros do mundo. A melhor classificação S&P que se pode conseguir é AAA. Texto Anterior: O futuro já começou Próximo Texto: Mutirão contra a recessão Índice |
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